Os vereadores se reuniram nesta terça-feira, 15 de agosto, para discussão e votações de projetos na 28ª Sessão Ordinária na Câmara Municipal de Franca.
Em urgência foi aprovada a Moção de Repúdio 5/2023 de autoria do vereador Marcelo Tidy (União) às agressões ocorridas pela professora da Escola Municipal Domênico Pugliesi, na Vila Santa Maria, em Franca.
Justificativa
Uma professora da rede municipal de ensino denunciou à polícia que foi vítima de uma agressão cometida por uma mãe de aluno na tarde de quarta-feira, dia 09, nas dependências da Escola Municipal Domênico Pugliesi, na Vila Santa Maria, zona Oeste de Franca.
O caso foi registrado em boletim de ocorrência na CPJ (Central de Polícia Judiciária). Segundo o documento, a educadora relatou que a criança machucou um colega durante o horário de entrada.
Ao fim do período de aulas, a mãe foi convocada pela orientação educacional a assinar uma advertência escrita em função do ato. A vítima disse à polícia que passou ao lado da sala onde estava a mãe da criança, e esta, demonstrando alteração, passou a dizer que a professora estava perseguindo seu filho.
A profissional não teria dado atenção e seguiu em direção ao estacionamento para entrar em seu carro. A agressora, então, foi atrás dela no estacionamento da escola, e passou a dar socos na lataria do carro da professora e proferir diversos xingamentos.
Em seguida, a mulher, que seria fisiculturista, abriu a porta do veículo e puxou a vítima do interior, dando-lhe diversos socos no peito e braços, provocando lesões. Outros professores testemunharam a agressão, e por várias vezes, apartaram as duas mulheres, pois a mãe repetia os gestos agressivos.
Em certo momento, a professora conseguiu entrar no carro e trancá-lo. A mãe do aluno, então, teria pegado um tijolo e atirado contra o automóvel, mas errou o alvo.
A Polícia Militar foi acionada, mas quando uma viatura chegou ao local a agressora já havia ido embora. A professora passou por atendimento médico e no dia seguinte registrou a ocorrência na Delegacia.
Sobre o caso, a Secretaria Municipal de Educação emitiu uma nota em que afirma que “está adotando as medidas administrativas necessárias e oferecendo suporte e o acompanhamento necessários”, e “repudia, veementemente, qualquer ato de violência verbal, física ou psicológica”.
Vereadores
O vereador Ilton Ferreira (PL) comentou ‘precisamos acompanhar para que atos desse tipo sejam severamente punidos e que tenham consequências mais sérias para que isso não aconteça. É inaceitável!’
O vereador Gilson Pelizaro (PL) ressaltou ‘quero parabenizar o colega Tidy pela Moção e pela urgência! É um tema que está na pauta e que tem que tomar todas as precauções. Já fiz um requerimento para ser discutido na semana que vem cobrando quais as medidas que estão sendo tomadas pela Administração Municipal com relação tanto a professora, quanto ao aluno e quanto a agressora. Para gente entender quais os protocolos utilizados para ver se estão dentro daquilo que a Legislação determina’
O vereador Marcelo Tidy (União) reforçou ‘nenhuma agressão é tolerável! O que precisamos fazer é incentivar os professores e como eu disse, se o profissional errar, procure um ato administrativo. O que não pode de forma alguma é partir para a violência física e ou verbal’
A vereadora Lurdinha Granzotte (União) disse ‘realmente toda violência tem que ser repudiada, e inclusive, o que os professores estão chateados é que não há um diálogo entre os gestores. E olha a que ponto nós chegamos da violência! A educação vem de casa e não cabe ao professor ficar ensinando coisas básicas ao filho dos outros!’
O vereador Della Motta (Podemos) ressaltou ‘a frequência dos pais nas reuniões é de fundamental importância, mas essa moção vai muito além porque estamos cobrando os protocolos. Como a pessoa entra na escola? Será que quando convidada para participar de uma reunião ela participa? Quais são os protocolos? Quem tem acesso? Porque daqui a pouco não vai ser uma agressão, daqui a pouco vai ser uma facada, uma paulada ou outras coisas mais letais’
O vice-presidente da Câmara vereador Pastor Palamoni (PSD) comentou ‘agressão de forma alguma! Nem do professor com a criança, nem a criança com o professor. Ninguém! Muito menos entre pais e professores. Mas eu chamo um pouco da responsabilidade dos pais nos dias de hoje, porque a gente convive com isso, não sou professor, mas convivemos com isso na igreja, no dia a dia e observamos isso!
‘Hoje uma grande parte dos pais transfere a responsabilidade para os educadores. Vejo na porta das escolas e dão até um suspiro! Estou livre! Não se preocupam, porque educação moral eu acredito que é papel dos pais! Mas quando pais não contribuem com os educadores é difícil!’ acrescentou.
‘A criança é fruto do meio que ela vive! A valorização do professor cada vez mais está se perdendo, e todo profissional que existe, sejam os doutores, os advogados, os engenheiros, qualquer que seja, nós devemos a quem? Aos professores! E que na maioria das vezes são bem menos remunerados dos que foram ensinados. Então não tem como fechar os olhos, do que e como tem acontecido. Tem que ter segurança nas escolas’ concluiu Palamoni.