A Polícia Civil de Franca, por meio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), prendeu nesta quinta-feira (15) dois adolescentes, ambos de 17 anos, acusados de participação no latrocínio — roubo seguido de morte — que vitimou o agiota Itamar da Silva Cardoso, de 20 anos. O crime aconteceu na noite de 16 de abril no Jardim Paulistano, em Franca, e chocou a cidade pela brutalidade e suspeita de traição por parte de pessoas próximas à vítima.
Os adolescentes, identificados como K.G.R.A. e L.H.C.S.L., foram apontados como coautores do crime. A custódia cautelar foi decretada pela Vara da Infância e Juventude de Franca, após representação feita pela Polícia Civil e pelo Ministério Público. Os dois foram apreendidos e levados à Fundação Casa.
Um terceiro suspeito, um homem de 28 anos, também foi formalmente indiciado. A DIG representou pela prisão preventiva dele, que foi acatada pela Justiça. No entanto, ele segue foragido.
Segundo o pai da vítima, Ismael Cardoso dos Santos, Itamar atuava como agiota e emprestava dinheiro apenas a pessoas de sua confiança. Em entrevista ao portal Porca News, ele afirmou que o crime foi uma traição:
“Meu filho não mexia com coisa errada. Quem devia ele era gente próxima. Era uma pessoa em quem ele confiava que fez isso. Eu tenho certeza. Tiraram a vida do meu filho de forma covarde. Não foi um assalto. Foi traição.”
As investigações indicam que Itamar teria marcado um encontro com um de seus devedores na noite do crime. Câmeras de segurança registraram o momento do assassinato. Além das facadas que causaram a morte da vítima, os criminosos levaram dinheiro, celular e o carro de Itamar — elementos que caracterizam o crime como latrocínio.
“Concluímos a investigação com fortes evidências de que não se tratou apenas de um homicídio, mas sim de um latrocínio. Representamos pela custódia dos adolescentes, que foi acatada pelo Judiciário. O maior de idade já teve o mandado de prisão expedido e segue sendo procurado”, afirmou o delegado titular da DIG, Dr. Márcio Murari.
Latrocínio é considerado crime hediondo. Os adolescentes podem cumprir até três anos de internação na Fundação Casa. Já o adulto, se capturado e condenado, poderá pegar até 30 anos de prisão.