Por Ricardo Dosso – advogado
O Governo Federal anunciou recentemente o Plano Safra 2023/2024, importante estratégia para fomentar e fortalecer as atividades agrícolas no Brasil. Com a finalidade de impulsionar o setor, o plano traz diversas medidas voltadas para os pequenos produtores, a agricultura familiar e estabelece prazos e juros diferenciados para o pagamento dos financiamentos. Além disso, o programa visa facilitar a adesão dos agricultores e garantir o acesso aos recursos necessários para o desenvolvimento de suas atividades.
Uma das principais características do Plano Safra 2023/2024 é a diferenciação dos juros para os pequenos produtores e agricultura familiar. Reconhecendo a importância desses segmentos para a economia do país, o governo estabeleceu taxas de juros mais baixas, o que permite um acesso mais acessível ao crédito. Essa medida busca promover a inclusão financeira e impulsionar o desenvolvimento sustentável do setor agrícola, oferecendo condições mais favoráveis para esses agricultores.
O plano também estabelece prazos mais flexíveis para o pagamento dos financiamentos, levando em consideração as particularidades e as sazonalidades das atividades agrícolas. Com isso, os agricultores têm um maior período para quitar suas dívidas, permitindo uma melhor organização financeira e reduzindo os impactos da volatilidade dos preços e das condições climáticas.
Para aderir ao programa e ter acesso aos recursos disponibilizados pelo Plano Safra, os agricultores devem procurar as instituições financeiras habilitadas, como bancos públicos e cooperativas de crédito. É necessário apresentar um projeto que demonstre a viabilidade da atividade agrícola e as necessidades de financiamento. Além disso, é importante ressaltar que o plano também prevê a simplificação dos procedimentos e a desburocratização dos processos de acesso ao crédito, facilitando a vida dos produtores rurais.
A importância do Plano para o financiamento das atividades agrícolas no Brasil é inegável. O setor agrícola desempenha um papel fundamental na economia brasileira, sendo responsável por uma parcela significativa do PIB e pela geração de empregos. No entanto, a agricultura enfrenta diversos desafios, como o alto custo de produção, a dependência de condições climáticas favoráveis e a volatilidade dos preços. Nesse contexto, o Plano Safra surge como uma ferramenta essencial para garantir a sustentabilidade econômica e social do setor.
Com o Plano Safra, os agricultores têm acesso a recursos financeiros para investir em insumos, máquinas, equipamentos e tecnologias que aumentam a produtividade e a eficiência das atividades agrícolas. O programa ainda oferece suporte para a modernização da infraestrutura rural, promovendo a melhoria das condições de trabalho e a redução de custos.
Exemplificando a importância do Plano Safra, vale ressaltar os valores e números envolvidos. No ciclo anterior, o Plano 2022/2023 disponibilizou cerca de R$ 251 bilhões em recursos para o financiamento da produção agropecuária, superando o valor do plano anterior. Desse montante, aproximadamente R$ 39 bilhões foram destinados para a agricultura familiar e R$ 34 bilhões para os pequenos produtores, demonstrando o propósito de fortalecer esses segmentos.
Com esses investimentos, espera-se um impacto positivo na produção agrícola do país. Através do Plano Safra é possível impulsionar a produção de alimentos, aumentar a oferta interna, gerar excedentes exportáveis e fortalecer a segurança alimentar. Além disso, o programa contribui para a redução das desigualdades sociais, promovendo o desenvolvimento rural e a inclusão econômica das comunidades agrícolas.
*Ricardo César Dosso é advogado especialista em direito empresarial. Mestre em direito e pós-graduado em administração de empresas, é sócio do escritório Dosso Toledo Advogados, em Ribeirão Preto, com atuação em São Paulo e Minas Gerais. Este espaço tratará de questões jurídicas do agronegócio, como financiamento rural, renegociação de dívidas, contratos e outros assuntos atuais.