Já pensou imprimir um coração, um rim ou até mesmo um pulmão e salvar muitas vidas? Parecem cenas de filmes de ficção científica, mas a questão é que isso já tem avançado na realidade também.
É claro que o assunto ainda causa espanto. Afinal, como é possível imprimir um órgão? Primeiro, precisamos entender que a tecnologia nos permite isso. A impressora 3D consegue criar objetos em formato tridimensional. Com ela, é possível desenhar qualquer tipo de item em programas de computador e fazer a impressão.
Essa tecnologia já avançou em diversos setores, como no automobilístico, e está dando alguns passos também na medicina. Um estudo realizado pela Transparent Marketing Research prevê crescimento médio anual de 17,7% no mercado de dispositivos 3D até 2025. Não tão longe, essa tecnologia se tornará algo comum e aplicada em diversas áreas médicas no Brasil e no mundo.
Inclusive, durante o enfrentamento da pandemia de coronavírus, a impressora 3D tem sido utilizada para minimizar os efeitos devastadores na saúde e salvar vidas. Sua utilização possibilita criar válvula e bomba de oxigênio, protótipos de máscaras e viseiras protetoras.
No entanto, essa tecnologia não foi só testada por conta da pandemia. Pelo contrário, ela já é uma ferramenta de estudo para diversos cientistas. Em 2019, na Universidade de Tel Aviv, em Jerusalém (Israel), foi apresentado um coração vivo feito a partir de tecido humano com uma impressora 3D. Foi a primeira vez que alguém conseguiu projetar e imprimir um coração inteiro, repleto de células, vasos sanguíneos, ventrículos e câmaras.
Já os pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) usaram células sanguíneas humanas para desenvolver “minifígados”. Eles fazem as mesmas funções que um fígado normal: sintetizam proteínas, armazenam e secretam substâncias exclusivas do órgão, como a albumina.
As duas experiências abrem caminho para a realização de transplantes sem as longas filas de espera e minimizando o risco de rejeição, já que os órgãos são feitos com células do próprio paciente. Mas estes são só alguns itens das possibilidades que a impressora 3D pode proporcionar para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Uma publicação da Racounter mostra uma menina que perdeu as mãos ainda bebê por causa da meningite. Quase dez anos depois, o primeiro teste clínico na Inglaterra de um novo modelo de próteses desenvolveu novos membros. Detalhe: o processo levou apenas um dia e o custo foi muito menor do que uma prótese com dedos controláveis.
Na Irlanda do Norte também aconteceu outro caso que mostra como a tecnologia 3D foi decisiva. Uma mulher foi diagnosticada com câncer terminal nos rins e contava com um novo órgão que receberia do próprio pai por meio de transplante. Entretanto, durante exame de rotina, o pai da paciente descobriu um cisto potencialmente cancerígeno no rim destinado à doação. Os médicos tiveram a oportunidade de analisar uma réplica exata do rim impresso tridimensionalmente.