“O Senhor esteve a meu lado e me deu forças” (2 Tm 4,17). Lucas 18,9-14 narra uma parábola de Jesus, contada “para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros”.
A estória do fariseu e do cobrador de impostos que subiram ao Templo para rezar, retrata o coração da mensagem cristã, revelada por Jesus Cristo, e que o apóstolo Paulo compreendeu profundamente: somos “justificados gratuitamente pela graça de Deus, por meio da redenção em Cristo Jesus” (Rm 3,24).
Numa espécie de “testamento espiritual” (2 Tm 4,6-8.16-18), Paulo partilha com Timóteo a sua experiência no fim da vida. Não se gloria daquilo que fez: é o Senhor quem lhe dará a “coroa da justiça”, quem esteve ao seu lado e lhe deu forças na evangelização, quem o “libertará de todo o mal” e o “salvará para o seu Reino celeste”.
A religião cristã é um mistério de fé e de graça, a revelação de um Deus que nos sustenta gratuitamente e nos torna justos não por causa de nossas obras, mesmo sendo elas importantes e legítimas, mas por causa de sua infinita misericórdia. A justiça do Pai é o seu amor gratuito que brota do seu coração bondoso, sem depender das obras humanas. Ninguém se salva por si mesmo, mas pela graça de Deus.
Diante deste mistério, qual deve ser a reação humana? Superar o orgulho. Abrir-se, na humildade, à salvação. Acreditar na graça de Deus e acolher o seu oferecimento. Sentindo-nos amados e salvos por Jesus Cristo, acolhendo o dom da sua misericórdia, colaboramos com o Senhor, vivendo o seu amor e assumindo as exigências do Reino.
As obras de misericórdia vêm pela força do Espírito, que habita em nós (Rm 8,9.11).Rezemos pelas Missões.Rezemos com humildade, porta para graça.
Dom Paulo.