“Maria Flor, a última ararinha-azul”, do escritor Xico Farias, aborda preservação da natureza, a vida do sertanejo e cultura do nordeste
Maria Flor é a personagem da obra do escritor Xico Farias, representada pela última ararinha-azul que restou. Em pleno sertão brasileiro, na cidade fictícia de Assaré do Alto, luta contra os traficantes de animais silvestres e a extinção de sua própria existência. Apesar do cenário crítico, a personagem sonha em conhecer outros de sua espécie e alguém com quem possa se apaixonar e construir uma família, portanto, escreve cartas para diversos lugares nesta procura. Este é o enredo do livro “Maria Flor, a última ararinha-azul”.
Com uma linguagem acessível para leitores a partir de 10 anos de idade, o escritor aproveita para retratar não somente a ararinha-azul, mas também outros animais da fauna nordestina, como: seriema, cardeal-do-nordeste, cutia e tatupeba. Além disso, Xico explora na trama a preservação da natureza, a vida do sertanejo e a cultura do nordeste.
“Eu tenho uma relação de amor, de cuidado e de respeito com a natureza. Gosto de sempre que possível dar consciência principalmente às crianças da importância com o cuidado com o meio ambiente. Acho importante mostrar que pequenas ações do nosso dia a dia fazem a diferença, um lixo que você descarta de maneira adequada, já é um grande ganho para a natureza, um grande ganho principalmente para nós que fazemos parte dela também”, relata Xico.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/m/Z/JDZrOjSbASrBKDFFoAYQ/ararinha-azul.jpg)
Segundo ele, com o livro pretende que esses jovens leitores percebam a importância de ficarem atentos aos cuidados com a natureza, com os animais e ao respeito com os povos de outras regiões.
“Os pais são os grandes fomentadores de consciência e conscientização dos seus filhos […] acho que a literatura e as artes como um todo são ferramentas importantes nessa conscientização, assim como os professores são importantíssimos nesse trabalho de incentivar os jovens a lerem e se informarem”, enfatiza o escritor.
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/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/F/H/Ryye6JTZyb8s3V9KQ4xQ/ararinha-azul.png)
Conheça um pouco sobre os animais presentes no livro
Ararinha-azul:
A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) é uma espécie que pertence ao grupo dos psitacídeos, mesma família de papagaios e periquitos. O animal possui aproximadamente 57 cm e alimenta-se de frutos e algumas sementes.
De acordo com a lista vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), é uma espécie considerada extinta desde o ano de 2002. Acredita-se que isso ocorreu principalmente pelo tráfego de animais e destruição da caatinga pelo desmatamento e queimadas.
Araras e ararinhas: não confunda!
No entanto, no ano de 2020 cinco fêmeas e três machos que faziam parte de um grupo de 52 aves trazidas de um criadouro da Alemanha vieram para o Brasil com o objetivo de reintroduzir a espécie na natureza. E a segunda vez ocorreu em dezembro de 2022, em que outras doze ararinhas-azuis foram soltas na zona rural de Curaçá (BA).
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/d/O/Wr4Yc1Qu2WtfVHKahk8w/dsc-1777-2-.jpg)
Seriema
Comum em cerrados, campos sujos e pastagens, andam pelo chão aos pares ou em pequenos bandos. A alimentação da seriema é composta por gafanhotos e outros artrópodes, roedores e outros animais pequenos.
A ave possui um canto marcante que pode ser ouvido a mais de 1 quilômetro. O som se parece com uma risada e pode permanecer gritando por vários minutos a fio.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/M/k/kBVBk8SsuAT07PBhCVIg/cardeal-do-nordeste.png)
Cardeal-do-nordeste
O cardeal-do-nordeste (Paroaria dominicana), também conhecido como galo-da-campina é uma ave da família Emberizidae, grupo dos cardeais. Alimenta-se de sementes, bagas, insetos e bambus.
Durante a reprodução vive estritamente aos casais, sendo extremamente fiéis a um território, defendido pelo macho. Na região da caatinga nordestina só se reproduz uma vez no ano, no período chuvoso.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/j/F/fETBBuRiuyweFqWOUsog/cutia-dasyprocta-azarae-.jpg)
Cutia
As cutias fazem parte do grupo de roedores de pequeno porte que pertencem ao gênero Dasyprocta. Vivem em lugares úmidos apropriados, em baixas altitudes, em florestas secas decíduas e verdes.
Em função do hábito de procurar e esconder sementes (a atividade de farejar e comer ocupa, em média, mais de 50% de seu tempo), são consideradas importantes dispersoras de espécies vegetais.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/G/S/yhm2ssTPqs4oNQhiSBDA/tatubepa.png)
Tatupeba
O tatupeba (Euphractus sexcinctus) é conhecido também pelos nomes populares de: tatupoiú, tatu-cascudo, tatu-de-mão-amarela, papa-defunto, peba e peludo.
A espécie tem hábitos diurnos e são animais tímidos. Ao se sentirem ameaçados, em geral, correm para escapar de predadores, mas podem ser agressivos com membros da própria espécie.
Fonte: g1