Em entrevista exclusiva à Sociedade Organizada, Haddad disse que a rejeição ao Bolsonaro é alta em virtude dos fatores econômico e sanitário que ele produziu no país. “Acredito que as pessoas estão mais atentas ao modelo econômico do Guedes, que retira muito o direito dos trabalhadores sem que haja crescimento econômico. Você tem a perda do poder de compra do salário, e os lucros estão aumentando não em face do crescimento da economia mas porque o povo está ficando mais pobre”, destacou ele.
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Haddad ressaltou que acredita que a política de Guedes e Bolsonaro é insustentável porque em um dado momento ninguém mais terá dinheiro para compra e o consumidor interno fica debilitado, que já é o que está acontecendo.
Sobre o concorrente ao governo do estado, o ex-ministro da educação destacou que sua maior preocupação é com a área da segurança:
“Se as milícias do Rio de Janeiro entrarem em São Paulo o preço do gás subirá ainda mais, porque eles cobram uma taxa, além de vender segurança pública que é um dever do estado, que nem sei se eles cumprem de fato. Eu acho que o modelo do Bolsonaro de oferecer segurança pública é um desastre”.
Ainda sobre Tarcísio, ontem o Tribunal rejeitou a anulação de transferência do domicílio eleitoral do político para o estado de São Paulo. Questionado sobre a decisão, Haddad declarou que o fato de o candidato nunca ter morado aqui é grave, mas que acredita que o maior risco que o eleitor paulista corra seja a implantação do modelo de segurança pública do Rio de Janeiro em São Paulo, o que seria desastroso.
Após a declaração de Luciano Bivar, presidente do União Brasil e ex-apoiador de Bolsonaro, de que estaria disposto a dialogar sobre o imposto único e até apoiar sua candidatura em São Paulo, ele afirmou que “a propalada terceira via não se constituiu, está com 1% hoje de intenção de votos, faltando pouco mais de 90 dias para a eleição”, o que torna natural que os demais partidos se movimentem em torno das duas candidaturas que detêm 80% dos votos.”
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Quanto a sua visita à Franca, relatou que por ter trabalhado no mercado têxtil por muito tempo, acompanhou o que aconteceu no mercado calçadista em Franca, pois na mesma época as indústrias têxteis fecharam as portas, devido à abertura do neoliberalismo. “Nós estamos agora em um processo de revisão disso tudo e nós vamos ter que pensar em revisar o estado, só que agora com outros tipos de produtos, com ok Franca que se reergueu com outras economias. Hoje mesmo eu visitei o Luizalabs, que deu origem a uma das maiores corporações do Brasil. A Luiza Helena Trajano é muito próxima, é uma figura encantadora. O que eu acho é que nós temos que pensar um processo de reindustrializar o estado em novas bases, porque nós estamos perdendo as indústrias sobretudo pra Minas Gerais, porque o Dória aumentou os impostos aqui.”
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Simpático com todos, Haddad chegou à palestra de fusca juntamente com Rafael Bruxellas, foi presenteado com boné e camiseta do time de basquete francano e parabenizou o time pela vitória.
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