O Sesi-Franca é quem manda no basquete nacional. Pelo terceiro ano seguido, a equipe do interior paulista é campeã do NBB. A conquista desta quinta-feira veio com vitória por 69 a 59 diante do Flamengo, no Maracanãzinho, fechando a série melhor de cinco jogos em 3 a 1. A decisão foi bastante nervosa, repleta de erros, e com o segundo menor placar da história das finais da competição.
As bolas de três acabaram sendo decisivas para a equipe do técnico Helinho. Enquanto o Flamengo acertou apenas duas vezes de longe em 30 tentativas, o Franca mostrou precisão do perímetro ao acertar 13 arremessos para erguer seu segundo tricampeonato. Também havia vencido de maneira consecutiva há 25 anos, entre 1997 e 99, fechando aquela série também no Maracanãzinho, mas diante do Vasco.
O apoio da torcida era a arma do Flamengo para levar a decisão ao quinto jogo. Sob os gritos de “ô, ô, ô, vai para cima deles Mengo”, a equipe entrou em quadra no Maracanãzinho. Antes de a bola subir, o técnico Helinho, do Sesi-Franca, ressaltou a importância da vitória no terceiro jogo e fez apenas um pedido ao time: “Vamos jogar basquete.”
Não tivesse perdido o primeiro jogo no Maracanãzinho, por 69 a 56 (menos placar de uma final da NBB), o Flamengo, dono da melhor campanha do classificatório, era quem estaria buscando fechar a decisão. A pressão, contudo, parecia de ambos os lados. Foram quase três minutos com o placar zerado. Até Marcio acertar de três para os paulistas. Os cariocas precisaram de 4 minutos para pontuar, com Gui Deodato.
Com sua terceira bola de três no quarto, desta vez de Jonatan, o Franca abriu 13 a 9. Enquanto os paulistas se destacavam nos arremessos de longe, o Flamengo estava zerado do perímetro, errando suas cinco tentativas.
O placar permaneceu até o fim do quarto, o pior das finais – foi 13 a 12 no primeiro jogo e 14 a 12 no terceiro. Principais pontuadores das equipes, Lucas Dias, no Franca, e Gabriel Jaú, no Flamengo, fecharam os 10 primeiros minutos sem pontos.
A história do segundo quarto começou parecida. Repleta de erros, a partida novamente ficou com mais de dois minutos sem cestas. O desencanto, desta vez, veio em um lance livre de Jaú. O clima esquentou com bate-boca entre Didi e Wesley e falta técnica para ambos.
Agora treinador do time sub-20 do Flamengo, o ex-lateral-esquerdo Filipe Luís estava prestigiando a equipe no Maracanãzinho, vestindo com uma camisa do pivô Olivinha. Viu o time virar para 16 a 15 em quarto mais uma vez com pontuação baixa. Os jogadores pareciam querer mais arrumar confusão do que jogar e novamente o Franca assumiu a liderança, com 21 a 16 e tempo de um frustrado Gustavinho.
O intervalo veio com 26 a 22 após os primeiros pontos de Lucas Dias para o Franca. Em bela bola de três para definir a igualdade no quarto, com 13 a 13, novamente muito baixa para uma decisão disputada sob enorme nervosismo.
O recomeço do jogo continuou com as equipes econômicas no placar. E com as discussões mantidas. Após metade do quarto, o Franca tinha 31 a 25. E com o Flamengo zerado e amargando 17 erros da linha de 3.
Em bola do perímetro de Hinkle, o Franca abriu importante vantagem de 9 pontos com 38 a 29, obrigando pedido de tempo de Gustavinho. O técnico pediu pressão na marcação dos cariocas e precisão na transição. De nada adiantou. Os paulistas tinham 10 minutos do quarto decisivo para defender a boa vantagem de 41 a 31 e celebrar o tricampeonato.
Fazendo um quarto perfeito e aproveitando bem os erros do Flamengo, o Franca abriu 54 a 33, enfileirando bolas de três: 12 em 25, enquanto os cariocas só desencantaram de longe na 25ª tentativa. Restando mais de cinco minutos, a torcida visitante já deixava o ginásio.
Com enorme vantagem, o Franca começou a administrar a posse de bola nos minutos finais, gastando o relógio, tentando não deixar o Flamengo “entrar no jogo.” Os cariocas ainda baixaram a desvantagem para 65 a 57 restando 1min09s. A torcida tentou o apoio final e soltou o grito de “Mengo, Mengo.” No fim, enorme festa com o triunfo por 69 a 59.
Fotos: Marcos Limonti/SFB