Um empresário de 43 anos, morador em Franca, foi espancado por policiais militares e ameaçado de morte por um deles após uma confusão em um bar, na Rodovia Prefeito Fábio Talarico, no Buritizinho, perto de São José da Bela Vista. O caso ocorreu na tarde e noite de domingo, 17. Em decorrência das agressões sofridas, o empresário ALP, que também é publicitário, sofreu ferimentos nos joelhos, coxa direita, rosto e pulsos. A mulher dele também ficou ferida na testa.
De acordo com as informações inseridas no Boletim de Ocorrência elaborado no Plantão Policial de Franca, policiais militares Israel Naveca da Silva e Jhon Lennon Vilela, relataram ao delegado José Arnaldo Andreotti Junior que efetuavam patrulhamento preventivo no bairro Buritizinho quando avistaram uma Fiat Strada com som automotivo em volume muito alto, próximo ao Empório Santo Antônio, estabelecimento comercial com extensa lista de reclamações de perturbação de sossego. A equipe orientou o proprietário do bar a abaixar o volume do som, no que foi atendida de imediato, ocasião em que a empresária APTP, 45 anos, esposa de ALP, que ingeria cervejas numa mesa do bar, teria gritado ” vai prender bandido, seus vagabundos”.
De imediato, os policiais se aproximaram da empresária para dar-lhe voz de prisão, no que teriam sido abordados por ALP, que teria dito ” ninguém vai botar a mão na minha esposa seus pau no c…”. Dado a grande aglomeração de pessoas no local, os policiais solicitaram reforço. Foi quando APTP teria se levantado e desacatado aos policiais, inflamando populares contra a equipe policial.
Com a chegada do reforço de policiais da Força Tática, foi dado voz de prisão ao casal. ALP teria desobedecido a equipe e resistido à detenção, sendo utilizado força moderada para contê-lo.
Empresário nega desacato
No mesmo Boletim de Ocorrência, ALP afirma que pouco depois das 15 horas de domingo passado, acompanhado da esposa, e de seus sogros, ALP(Chácara Santo Antonio, zona sul de Franca) chegou ao bar , no quilômetro 51 da rodovia Prefeito Fábio Talarico.
O empresário observou que no local havia som ambiente numa Fiat Strada. Em dado momento, por motivos a serem esclarecidos, houve uma confusão generalizada. Com a chegada de policiais militares, APTP teria dito “Para com isso, vai prender bandidos e vagabundos, para com isso pessoal”, ao contrário da versão apresentada pelos pms.
Ao presenciar sua mulher sendo contida com uso de força excessiva pelos policiais, o empresário disse a eles que é cabo da reserva do Exército e que na sua esposa ninguém põe a mão. “Sai fora”. segundo ALP, um policial branco, alto, aparentava estar nervoso.
Os policiais teriam ignorado pedidos de outros frequentadores do bar (haviam cerca de 100 pessoas no local) para que fossem embora, solicitaram reforço e com a chegada de outras 4 viaturas, quatro policiais agrediram ALP por trás, com socos nas costas, no abdômem, além de derrubá-lo ao solo e aplicarem um mata-leão, que o levou a desmaiar.
O empresário ainda foi algemado e arrastado pelo asfalto até o chiqueirinho da viatura da PM. No trajeto para a CPJ os policiais teriam zombado dele, com palavras do tipo “cadê o homem agora? cadê o militar agora? você é um bosta, vagabundo”.
Não satisfeito, o motorista da viatura chacoalhava o veículo pela pista levando o empresário a se debater nas laterais do carro.
A violência contra o empresário continuou tão logo chegaram ao Plantão Policial. Na porta da unidade policial, um dos policiais teria dado 3 tapas no rosto de ALP, dizendo que ele não era homem, que iria achá-lo fora dali, que homem não aceita tapa na cara, e que o ensinaria a ser homem.
Na sala própria da PM, enquanto aguardava para dar depoimento, ALP teria voltado a ser ameaçado pelo pm. ” Vou achá-lo na semana e vou te matar”, teria dito o policial. O empresário observou uma câmera de segurança em frente a sala e acredita que a mesma tenha gravado a fala do policial.
ALP e sua mulher passaram por exame de corpo e delito no IML (Instituto Médico Legal) de Franca e querem levar o caso às últimas instâncias judiciais. Apesar de toda a violência sofrida, o casal e uma terceira pessoa figuram no Boletim de Ocorrência como autores de desacato.