O ex-deputado federal David Miranda morreu, na manhã desta terça-feira (9), aos 37 anos. Ele estava internado há nove meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital no Rio de Janeiro por uma infecção generalizada no sistema gastrointestinal.
A notícia foi informada por seu marido, o jornalista Glenn Greenwald, pelas redes sociais.
“É com enorme tristeza e pesar que eu anuncio o falecimento do meu marido, David Miranda. Ele faria 38 anos de idade amanhã. Seu falecimento nesta manhã vem depois de uma luta de 9 meses no CTI. David passou em paz, cercado de nossos filhos, familiares e amigos”, escreveu Glenn, no Twitter.
Ele agradeceu com “profunda gratidão e respeito” aos “médicos, enfermeiros e outros profissionais que se dedicaram com tanto amor e competência à recuperação de David”.
“A vida de David foi extraordinária em todos os aspectos. Sua mãe faleceu quando ele tinha 5 anos, deixando-o órfão na Jacarezinho. Uma vizinha linda, Dona Eliane, acolheu David e, apesar da pobreza e de já ter 4 filhos, se tornou a Mãe de David e lhe deu uma chance de vida”, acrescentou o jornalista.
Glenn continuou: “Ela deu a David a chance de viver todo o seu enorme potencial, superando as barreiras para um menino como ele. Foi central nas reportagens do Snowden, o primeiro homem abertamente gay eleito vereador do Rio, e depois deputado. Sua biografia, paixão e força inspira muitos.”
Ele contou como David tinha orgulho de ter sido nomeado pela revista Time um dos “líderes da próxima geração” e que sempre enfrentou “muitas noções pré-concebidas naqueles que não o conheciam” por conta de como cresceu.
“Acima de tudo, o maior sonho de David, aquilo que mais enchia seu coração, o seu maior propósito, era ser Pai. Era um pai dedicado e amoroso. Me ensinou a ser pai. E nossos filhos incríveis – com seu próprio início de vida difícil – são o maior legado de David”, completou Glenn.
O jornalista escreveu que, quando David deu entrada no hospital, no dia 6 de agosto do ano passado, ele foi informado que havia poucas chances de sobreviver até o final daquela semana.
“Eu ouvi o mesmo três vezes desde então. Sendo David, recusou. Os últimos 4 meses deram à nossa família os mais belos momentos juntos”, relembrou.
“David era singular: o homem mais forte, apaixonado e compassivo que já conheci. Ninguém tinha uma palavra ruim para ele. Não consigo descrever a perda e a dor. Farei o possível para honrar seu legado: nossos filhos e ONGs. E eu sei que muitos irão celebrá-lo e seu impacto”, concluiu Glenn.