Alguns grandes nomes de poker começaram a carreira nas mesas em uma outra posição: a de comandar o baralho e entregar as cartas do jogo. Profissionais conhecidos tiveram a experiência como dealer no passado antes de se tornarem jogadores e é exatamente esse caminho que a francana Isabella Oliveira busca trilhar.
Ex-dealer de grandes eventos como KSOP, BSOP e versões da WSOP na América do Sul, ela marcou presença no KSOP Rio de Janeiro pela primeira vez como jogadora e comentou a participação. “Foi maravilhoso ter vindo pra cá porque eu moro na Argentina e vim para o Brasil uma vez por ano por causa da quarentena e fiquei dois anos sem rever meus amigos. Aqui eu tenho uma família”, disse Isabella.
O carinho do staff com a agora regular era notório: muitos abraços apertados foram vistos antes e depois da entrevista para o Mundo Poker. “Graças a Deus tive a oportunidade de seguir meu sonho que era ser poker player. Hoje jogando por um time, consegui vir para a primeira etapa do KSOP. Foi muito bem organizado como sempre, maravilhoso estar o Rio, lugar sensacional. Feliz de rever todo mundo e mais de sair pra frente”, conta.
A participação da jovem francana foi bem positiva para uma estreia. O principal resultado dela aconteceu no torneio Freezeout, com R$ 1.000 de buy-in. Depois de encarar um field de 287 participantes, Isabella terminou com um honroso quarto lugar para um prêmio de R$ 19.500. Ainda quase beliscou outra FT no dia seguinte no Freezeout Turbo KO, mas caiu em 11º.
Os anos de experiência como dealer também ajudaram a formar algumas visões de Isabella sobre o jogo. “Quando comecei a jogar, ofereceram o trabalho como dealer e eu aceitei. Acabei trancando a faculdade e fui uma oportunidade que me abriu portas. Comecei a viajar logo cedo e você começa a analisar o jogo dos jogadores. Conforme o tempo vai passando, você vai aprendendo. Você começa a analisar cada jogador, identificar quem é o recreativo e o regular pela forma como joga, mexe nas fichas, se move nas mesas. A gente aprende pra caramba”, diz.
Integrante do NeTTeam, Isabella sempre é chamada por Renan Bruschi, dono do time, de “melhor jogadora do Brasil”. Ela está há dois anos e meio aprendendo e atuando pelo grupo e contou um pouco sobre o processo de entrada no time.
“O Net (Renan) é uma pessoa que eu tenho uma experiência muito boa. Foi um cara que me aceitou numa época onde eu tava numa transição entre jogar online e trabalhar como dealer. Eu tava bem no começo, jogava há uns seis meses e bem baratinho, e ele me aceitou. Continuei dando carta em alguns eventos, depois de um tempo eu consegui parar e ficar só com o online”.
Isa foi subindo alguns degraus e hoje joga num buy-in médio de US$ 22, jogando até US$ 55 durante a semana e torneios de US$ 109 no final de semana. A regular falou sobre a enorme gratidão que tem por Renan Bruschi. “Ele sempre me abraçou, apoiou e me deu a oportunidade que eu precisava. Ele é o melhor coach do Brasil. Um cara sensacional, extremamente dedicado e que tem uma qualidade de ensino muito grande”, elogia.
Com planos de viajar para a WSOP em 2022, Isabella deixou claro no KSOP Rio de Janeiro que talento técnico e vontade de sobra estão no repertório para brilhar no futuro. Base não falta.
Guilherme Schiff/Mundo do Poker