Um desentendimento no trânsito terminou com um policial civil ferido na tarde desta quinta-feira (20) em Franca.
O problema começou na Avenida São Vicente, por onde passavam o investigador Fabio Luiz Guimarães e o vendedor Claudinei Ferreira Alves da Silva.
Guimarães diz que parou o carro no meio da via para pedir uma informação, quando foi xingado por Silva, que estava em uma caminhonete atrás. Ele afirma que após os xingamentos, seguiu o caminho, mas que acabou batendo na traseira do veículo de Silva no momento em que ele parou a caminhonete bruscamente.
“Eu falei: ‘para que eu sou policial’. Mesmo assim, ele ainda andou uns 500 metros. Ele só parou porque o trânsito fechou aqui, e ele veio me fechando de lá até aqui. Eu consegui fazer ele parar, só que ele desceu da caminhonete e já foi pra cima de mim”, diz Guimarães.
O policial diz que desceu do carro segurando uma arma, mas entrou em luta corporal com Silva e acabou desarmado.
“Eu com a minha arma, funcional na mão, com a mão pra baixo, pra não oferecer risco pra ninguém. Ele aproveitou um descuido meu e chutou a arma, me jogou no chão e me agrediu. Eu só me protegi porque eu sabia que não podia fazer muita coisa e pedi a Deus pra não acontecer o pior. Ele mirou em mim e puxou o gatilho duas vezes”, afirma.
A arma, no entanto, não chegou a disparar.
Silva diz que após a troca de xingamentos por causa da parada irregular na Avenida São Vicente, passou a ser perseguido pelo policial que empunhava a arma.
“Ele deu ré no carro dele e correu atrás de mim e arrancou a arma pra mim. Eu correndo dele pra não ter problema, e ele arrancou a arma. Quando eu vi que ele estava armado, eu continuei correndo. Eu corri mais ou menos uns oito quarteirões dele. Numa esquina, um carro cruzou e eu freei. Aí ele bateu na traseira do meu carro. Eu continuei correndo. Aí quando chegou no sinaleiro, não tinha como eu atravessar mais”, afirma.
Segundo Silva, no cruzamento em frente a uma igreja no bairro Santa Rita, os dois desceram dos veículos e entraram em luta corporal.
“Eu desci do carro pra falar com ele, ele agarrou no meu pescoço, rasgou a minha camisa e apontou a arma pra mim. Eu tomei a arma dele e dei uns bofetão nele. Depois que ele veio falar sou polícia. Mas ele me ameaçava o tempo todo, ele falava você vai morrer. Eu entrei em luta porque eu me desesperei. Eu tomei a arma dele mesmo, não ameacei ele, tem testemunha lá. Não apontei a arma, eu dei foi uns murros na cara dele.”
De acordo com Silva, o policial agiu de forma desmedida porque ele já tinha deixado o local após o desentendimento, mas foi perseguido.
“Depois que ele veio falar ‘sou polícia’. Mas ele me ameaçava o tempo todo. Ele falava ‘eu sou polícia’. Eu falei ‘você não se apresentou como polícia. Você arrancou a arma pra mim, correu atrás de mim no trânsito. Você deveria dar o exemplo, então, como polícia’.
Os dois motoristas foram conduzidos à delegacia e um boletim de ocorrência foi registrado. O caso deve ser investigado.
G1 Ribeirão Preto e Franca
Fotos: Jefferson Severiano Neves/EPTV