No dia 13 de março, a Sociedade Internacional de Nefrologia celebra o Dia Mundial do Rim com objetivo de conscientizar e prevenir doenças renais, principalmente a doença renal crônica. No Brasil, mais de 10 milhões de pessoas sofrem de problemas renais. Entre os principais causadores da doença renal crônica, estão a diabetes e a hipertensão arterial, doenças que acometem grande parte da população.
Segundo o nefrologista do Hospital São Lucas, Filipe Miranda Bernardes, as doenças renais envolvem uma gama muito grande de alterações que vão desde a doença renal crônica, onde há uma alteração da função ou da estrutura dos rins, até problemas como pedras e cistos renais, infecções urinárias de repetição e alteração aguda da função renal, decorrente de eventos como infecção, cirurgia, medicações, entre outros.
“Uma dosagem da creatinina no sangue aliada a um exame de relação proteína/creatinina na urina é capaz de identificar alterações iniciais da função dos rins. Em casos específicos, podemos utilizar exames de imagem renal como o ultrassom. A importância do diagnóstico precoce é poder instituir medidas e tratamentos específicos precocemente antes do surgimento de complicações, como doença nos ossos, anemia e a falência renal terminal, podendo evoluir inclusive com a necessidade de terapias invasivas como a hemodiálise”, explica.
Atualmente, existem terapias avançadas para ajudar pacientes com alteração aguda nos rins. Em quadros críticos, é utilizada a terapia de diálise contínua, tratamento moderno com equipamento que permanece ligado no paciente 24h por dia até melhora no quadro clínico, descartando a necessidade da realização de uma hemodiálise. Em casos mais graves é recomendado tratamentos como a terapia de suporte renal com a diálise peritoneal, hemodiálise e transplante renal.
Casos de menor gravidade contam com testes diagnósticos e exames de imagem, bem como realização de biópsia renal, que auxilia em casos de disfunção nos rins. As medicações também apresentam evolução significativa para o tratamento, auxiliando evitar e retardar a progressão da doença renal crônica. A utilização de medicações que tratam tanto a diabetes e a insuficiência cardíaca quanto a hipertensão arterial protege o órgão de agressões e piora ao longo do tempo.
Mesmo com o avanço da medicina e a disponibilidade de exames para detecção precoce, o nefrologista relata que ainda são comuns casos de pacientes com insuficiência renal de longa data, onde não havia acompanhamento de rotina, ocasionando a internação com necessidade de diálise de urgência, cenário considerado de alta morbimortalidade e gravidade.
“As principais recomendações vão desde um estilo de vida saudável com alimentação balanceada, atividade física, cessamento de tabagismo, evitar consumo de álcool excessivo e manter a hidratação de forma adequada até um tratamento correto e diagnóstico precoce de doenças como diabetes, pressão alta e obesidade. Alinhados a isso, recomendamos a realização de exames anuais de rastreio para a identificação e diagnóstico precoce. Para pacientes que tenham doenças crônicas como essas que citamos e realizam tratamentos oncológicos ou tenham doenças autoimunes como o lúpus, é importante que sejam acompanhados por um especialista em saúde renal, o nefrologista”, conclui.