O concurso público para o Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar), realizado neste domingo (16) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), terminou em confusão e frustração para milhares de candidatos. De acordo com relatos, cerca de mil concorrentes foram impedidos de fazer a prova devido a problemas na organização e ao fechamento dos portões antes do horário previsto. O caso foi parar na delegacia e deve ser investigado pela Polícia Civil e pela Polícia Federal.
Fechamento antecipado dos portões
Os candidatos afirmam que os portões deveriam ser fechados às 7h30 da manhã, conforme o edital. No entanto, muitas pessoas teriam sido barradas antes desse horário. Testemunhas apontam que fiscais responsáveis pelo controle de acesso utilizavam relógios analógicos, o que teria causado desencontros no horário oficial.
“Eu cheguei dentro do prazo, mas o fiscal olhou no relógio dele e disse que já tinha passado das 7h30. Eu mostrei o horário no meu celular, que ainda estava dentro do permitido, mas ele não quis saber”, relatou uma candidata que viajou de Ariquemes, Rondônia, para realizar a prova.
Problemas na comunicação e na organização
Além da polêmica sobre o fechamento dos portões, os candidatos também reclamaram da falta de clareza no edital. Segundo eles, o documento menciona o fechamento dos portões das unidades de aplicação, mas não esclarece se isso inclui a entrada das salas onde as provas foram aplicadas.
“Estamos falando de um concurso nacional, com candidatos vindos de todos os estados. A FGV deveria ter mais planejamento para evitar esse tipo de situação”, disse outra concorrente, que veio de Belo Horizonte para prestar o exame.
Outro problema relatado foi o trânsito intenso e a dificuldade de acesso ao campus da UFSCar no dia da prova. Muitos candidatos precisaram correr para chegar a tempo, mas mesmo assim foram impedidos de entrar.
Indignação e boletins de ocorrência
Revoltados com a situação, vários candidatos foram até a Delegacia de Polícia Civil de São Carlos para registrar boletins de ocorrência. A delegada Beatriz Bento Guerra Lopes recebeu as denúncias e determinou a abertura de um inquérito policial.
Como a UFSCar é uma instituição federal, o caso pode ser encaminhado à Polícia Federal de Araraquara, que também deve apurar possíveis irregularidades.
“Não queremos apenas o reembolso da inscrição. Queremos justiça. Muitas pessoas investiram dinheiro e tempo, viajaram longas distâncias e se dedicaram aos estudos para essa prova”, declarou uma das candidatas.
Resposta da FGV e próximos passos
Até o momento, a FGV e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), responsável pelo hospital universitário, não se manifestaram sobre as denúncias.
Candidatos afetados estudam entrar com ações judiciais para anular o concurso ou obter ressarcimento pelos prejuízos. A expectativa é que a investigação policial esclareça se houve falhas na execução da prova e quais medidas poderão ser adotadas para reparar os danos.