Em um levantamento feito pela Sociedade Organizada e Fato no Ato, foram comparados os números de contágio diário do Covid-19 na cidade de Franca, durante o período crítico de férias, confraternizações e festividades de final de ano.
A reportagem identificou que nos meses de dezembro e janeiro aumentou o percentual de contaminados por dia, mas que em 2022 a situação está mais crítica que em 2021, quando ainda estávamos passando por “lockdown” e isolamento social. Em dezembro de 2020, a cidade passava por um dos momentos mais críticos, com restrição de estabelecimentos, fechamento de bares e restaurantes e proibição de promoção de eventos, determinados pelo governador João Dória (PSDB), já que Gilson sempre se colocou contrário ao fechamento da cidade. Alexandre por sua vez, que prometeu em campanha não implementar o “lockdown”, voltou atrás e fechou toda a cidade assim que assumiu o governo no início de 2021.
Atualmente, os números estão acima dos apresentados no início do mandato de Alexandre mas ele descarta a tomada de qualquer medida restritiva. É possível que o gestor tenha entendido que se precipitou ao fechar a cidade anteriormente, já que a situação parece mais alarmante nos dias atuais. A falta de testes Covid e de médicos no pronto-socorro, devido à alta contaminação dos profissionais, tem levado ao colapso da secretaria de saúde, fazendo com que pacientes esperem por atendimento por até 48 horas.
Vídeos de pessoas deitadas no chão da unidade hospitalar circulam pelas redes sociais, denunciando o descaso do poder público com a população e o descontrole da situação. Diante das reclamações, o prefeito acionou uma coletiva de imprensa às pressas na tarde de ontem (13) para informar que três unidades básicas de saúde (do Jardim Luiza, do Santa Clara e do Brasilândia) passarão a atender exclusivamente casos com sintomas de Covid e síndrome de Gripe.
O link do portal da transparência da pandemia Covid-19, idealizado pelo ex-prefeito Gilson de Souza (DEM) após sugestões da Sociedade Organizada, tem a finalidade de darpublicidade aos atos envolvendo a crise sanitária do município, regulamentar ações do poder público e informar o cidadão, porém ele não tem sido atualizado devidamente. Por exemplo, o chamado “boletim diário”, que é uma determinação do Plano de Contingência do Município de Franca para Infecção do Coronavírus, não está sendo disponibilizado diariamente, sendo que apenas no mês de dezembro de 2021, durante onze dias não houve publicação, como pode ser verificado no quadro abaixo.
Outro fato grave é que os números devem ser bem maiores, já que os testes de farmácia não são contabilizados nos dados oficiais da Vigilância Epiemiológica.
Procurado pela reportagem, Gilson de Souza declarou que não mediu esforços em seu mandato para que os francanos passassem pela pandemia com prioridade no atendimento médico e provendo o sustento de sua família de forma digna.