A China anunciou um novo pacote de investimentos no valor de US$ 27 bilhões no Brasil, sinalizando um novo ciclo de fortalecimento nas relações comerciais entre os dois países. Os aportes deverão contemplar setores estratégicos como infraestrutura, energia, agronegócio e tecnologia, consolidando ainda mais o papel do Brasil como parceiro preferencial da potência asiática na América Latina.
O anúncio chinês ocorre no mesmo momento em que o ex-presidente norte-americano Donald Trump, favorito nas primárias republicanas de 2024, recua em sua retórica em relação a China após reações chinesas, entrando em um “acordo de paz tributária” por 90 dias, enquanto ambos países analisam e conversam.
Para Cristiane Fais, CEO da Accrom Consultoria em Logística Internacional, é especulação afirmar que ambos países irão parar com a guerra tributária ou se Trump está apenas ganhando tempo para buscar como repatriar negócios americanos que ainda estão alocados na China.
“O que penso é que essa situação entre as duas potências mundiais deve ser vista com atenção. A intensificação da parceria com a China, aliada a uma postura menos agressiva dos Estados Unidos, abre uma janela de oportunidades para o Brasil ampliar seus canais de exportação, diversificar mercados e atrair novos investimentos em logística e infraestrutura de transporte”, avalia.
Fais explica que o investimento chinês pode acelerar projetos de modernização portuária, melhoria de ferrovias e expansão de zonas de processamento de exportação (ZPEs), o que fortalece a competitividade do produto brasileiro no mercado global.
Além disso, a possível distensão nas tensões entre China e Estados Unidos reduz a incerteza geopolítica que vinha afetando cadeias de suprimentos globais.
– “Com um cenário internacional menos volátil, o Brasil pode se posicionar como elo estratégico entre os dois gigantes, principalmente em setores como alimentos, energia limpa e minerais estratégicos”, conclui a executiva.