Diego e Juliana não imaginavam que adotariam mais animais depois da dor da morte da poodle Lilica, mas acabaram definindo um propósito de vida, e acolheram cães e gatos de forma inclusiva.
O casal Diego Victor Borges Freitas, de 39 anos, e Juliana Mara Tardelli, de 42, de Santos, no litoral de São Paulo, decidiu dar um novo propósito à vida, após uma cachorrinha da família morrer. Apesar da dor, eles passaram a se dedicar a ajudar entidades voltadas à causa animal, e depois passaram a fazer adoção inclusiva de cães a gatos.
Diego é empresário e Juliana, publicitária. O casal está junto há quase dez anos, e há alguns anos a publicitária tinha uma cachorrinha poodle chamada Lilica, que era sua companheira desde antes de ela conhecer o companheiro.
Diego contou que conviveu muito com a cachorra. “Juntos, a amávamos muito. Depois de seu falecimento, combinamos de transformar a dor da perda em propósito, e começamos a buscar formas de ajudar algumas ONGs e protetores da região. Desta forma, acreditamos poder honrar o amor que compartilhamos com ela, ajudando outros bichinhos”, diz o empresário.
De acordo com Diego, a ideia inicial era realmente apenas ajudar entidades voltadas à causa animal, sem qualquer objetivo de adotar outros pets, já que, pela dor que estavam sentindo, ainda tinham receio de adotar outro bicho que pudesse morrer futuramente. Porém, eles acabaram se surpreendendo com o caminho que trilharam desde então.
“Foi inesperado. A ideia era apenas ajudar por um período, sem nos envolver profundamente, pois estávamos ainda com o coração doendo devido à perda recente. Porém, na ONG Viva Bicho, conhecemos o Pipoca, nosso primeiro adotado resgatado. Ele nos encantou imediatamente, e foi impossível não o trazer para casa naquele dia. Foi amor à primeira vista”, afirma.
Além do cãozinho, o casal também teve a Leopoldina, uma poodle idosa e cega, que foi abandonada e estava na Codevida em um projeto chamado ‘Padrinho de final de semana’, por meio do qual pessoas levavam os animais para as suas casas aos sábados e retornavam na segunda-feira. “Claro que isso só podia dar ‘errado’, ou muito certo, como foi o caso, e após duas semanas, decidimos ficar com ela”, relata Diego.
De acordo com ele, Leopoldina viveu mais dois anos, e lhes deu muitas alegrias. Eles também adotaram uma gata chamada Ísis, que apareceu na garagem do condomínio onde moram, e inicialmente aparentava ter sido atropelada, porém, tinha imunidade baixa. “Planejamos cuidar dela temporariamente, mas, claro, após menos de 24 horas, já era impossível pensar em nossa vida sem ela”, afirma.
O casal foi informado, já nos primeiros exames veterinários, que ela teria pouco tempo de vida, mas, mesmo assim, decidiu prosseguir com a adoção. Conforme conta o empresário, a gatinha tinha vários problemas de saúde, e também morreu após viver com eles por dois anos. “Ela deixou um grande vazio, e muitas memórias maravilhosas. Essas ações nos proporcionaram a experiência de amor puro, que tanto faz falta no mundo de hoje. Nossas vidas são as deles, e as deles são as nossas”, destaca.
Quando o casal achou que não adotaria mais animais, há aproximadamente três meses, viu uma postagem nas redes sociais de uma ONG sobre um evento de adoção. No post, o empresário e a publicitária notaram que havia uma cachorrinha que havia acabado de amputar uma das patas, após ser atropelada. Percebendo que ela dificilmente seria adotada, eles foram até o local e conseguiram adotar Eva. “Ela é uma cachorra alegre e esperta, que já se esqueceu de seu sofrimento e do acidente. Corre como se tivesse as quatro patas, e é muito feliz”.
Para Diego, dar aos animais a oportunidade de uma nova vida, sem sofrimento, é o maior privilégio dessa experiência que ele e a esposa escolheram como propósito de vida.
“Aprendemos a amar com a pureza que só eles podem nos ensinar. A quantidade de virtudes adquiridas com o tempo, por consequência de termos estes animais conosco, é gigante. Paciência, compreensão e resiliência emocional são itens que eles nos ensinam diariamente, e levamos estes ganhos para o restante de nossas vidas. Desejamos que todo aquele com capacidade para aprender possa experimentar este tipo de amor, e levar estes ensinamentos para a vida”, finaliza.
Fonte: g1.