Em sessão extraordinária agendada para ocorrer a partir das 18 horas desta quinta-feira, 16, a Câmara Municipal de Ribeirão Corrente deverá discutir e votar projeto de resolução que propõe aumento de salários para prefeito, vice-prefeito, e secretários municipais, além de projeto que aumenta os salários dos vereadores do próprio legislativo, para vigorar a partir de 2025.
Caso os projetos sejam aprovados o salário do prefeito saltará de R$ 9,9 mil para R$ 15 mil, com direito a 13º salário, férias e auxílio alimentação no mesmo valor dos servidores municipais; o vice-prefeito passará a ganhar 6 mil contra os R$ 3,2 mil atuais.
Já os secretários municipais, que, atualmente recebem R$ 5,5 mil por mês, passarão a ter vencimentos de R$ 8 mil, com todos os demais benefícios pagos ao prefeito.
Vereadores
Aproveitando o embalo, os vereadores apresentaram projeto para aumentar os próprios vencimentos, que, no caso de aprovação, os salários passam de R$ 2, 7 mil para R$ 5 mil, enquanto o presidente do legislativo receberá R$ 6.666,66, uma diferença de quase R$ 2 mil em relação aos salários dos demais parlamentares.
Caso sejam aprovados, o prefeito a partir de 2025 terá um aumento no salário de 50,5%; o vice-prefeito de 87,5% e os vereadores de 85%.
A partir da divulgação do projeto de resolução da Mesa Diretora da Câmara Municipal, presidida por Aline Maria Carrer da Silva (foto), os moradores não falam em outra coisa na cidade. A polêmica está nos bares, nas ruas, no trabalho, uma vez que a cidade é pequena, possuindo pouco mais de 5 mil habitantes, o que facilita a comunicação entre os moradores.
“É muito dinheiro pra não fazer nada. A gente que trabalha de sol a sol na lavoura leva quase 5 meses para ganhar o que os vereadores vão receber em 30 dias”, ressalta um morador que pediu para não ser identificado.
Apesar da polêmica, o projeto não deverá ter resistência para ser aprovado. Isto porque, dos nove vereadores apenas 3 faziam oposição e, assim mesmo, dois opositores foram cassados recentemente. São eles Nelson Moras Filho (sem partido) e José Carlos Mineiro. Eles alegam perseguição política como motivo para perderem seus cargos.
O terceiro vereador da oposição e que agora ficou sozinho nesta situação é Carlos Miranda (PSDB). Para ele não deixa de ser um aumento abusivo. Ele afirma que, mesmo que não seja ilegal, o projeto é imoral, uma vez que muitos ribeirão-correntenses ganham apenas um salário mínimo. “ Isto é uma afronta à população”.
Vale lembrar que só com os salários dos vereadores, caso o projeto seja aprovado, a Prefeitura gastará em torno de quase R$ 47 mil por mês, enquanto a renda per capta do município em 2020 era de R$ 36.876,67, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O último aumento para os vereadores e prefeito em Ribeirão Corrente ocorreu em 2016.