As bactérias do tártaro podem migrar para o coração, fígado, rins e cérebro, causando o óbito do animal se não tratado da maneira correta
O tártaro surge a partir da placa bacteriana, que se forma inicialmente embaixo da gengiva sem ser muito notada. A infecção causa necrose, destruição dos tecidos e pode levar a perda dentária. “Um dos primeiros sintomas do tártaro no cachorro são: halitose, gengiva vermelha, e a mudança na coloração dos dentes, que ficam esverdeados”, conta Roberto Fecchio, médico-veterinário, AVDC Zoo and Wild Animals Dentistry Fellowship.
Segundo Roberto, o tártaro só pode ser removido com tratamento periodontal, um procedimento realizado com anestesia geral. “Removemos o tártaro na coroa do dente com ultrassom, o que está embaixo da gengiva com curetas, fazemos um polimento e radiografias que permitem analisar toda extensão dentária”, diz.
Algumas clínicas oferecem apenas o tratamento dentário conhecido como limpeza de tártaro, porém ele não é completo e não tende a ser absolutamente eficiente. “Por ser um tratamento profissional, é importante que os tutores saibam que não vão conseguir fazer 100% em casa, por isso a indicação de consultar um veterinário odontológico”, explica Roberto.
Existem produtos no mercado que também prometem a limpeza, mas o grande problema é a placa bacteriana. Se não for feito o tratamento correto, a retirada de tártaro não resolverá o problema oral do animal.
“Após a realização do procedimento, deve-se manter os cuidados diários através da escovação dentária. Uma vez ao dia já é o bastante para manter a saúde oral. Ainda assim, é indicado passar em avaliação anualmente”, indica Ana Klein médica-veterinária pós-graduada em odontologia veterinária pela Anclivepa-sp.
Vale ressaltar ainda que raças pequenas, como yorkshire terrier, shih-tzu, maltês e spitz alemão, têm mais predisposição aos problemas odontológicos. Nestes cães, é indicado o tratamento preventivo semestralmente.
“O tutor deve se informar sobre a saúde oral desde a primeira consulta do animal, para que desde filhote introduza os cuidados na rotina dele. Alguns sinais podem indicar que as coisas não vão bem: animal com bafo é comum, mas nunca normal”, diz Ana.
Fonte: vidadebicho