Nos últimos anos, o Brasil tem se consolidado como um dos principais atores no cenário global do mercado de carbono. Com vastos recursos naturais, incluindo a maior floresta tropical do mundo e uma matriz energética majoritariamente renovável, o país tem sido chamado de “a Arábia Saudita do mercado de carbono”. Este apelido destaca a capacidade brasileira de liderar o desenvolvimento de créditos de carbono e estratégias de descarbonização em escala global.
Com a aceleração das discussões sobre mudanças climáticas e a crescente pressão por transições verdes, as empresas brasileiras têm uma oportunidade única de se posicionar estrategicamente nesse mercado emergente.
Segundo a advogada Ana Franco Toledo, sócia no escritório Dosso Toledo Advogados, o Brasil abriga a Amazônia, uma peça-chave para a captura de carbono e preservação ambiental.
– “Projetos de conservação e reflorestamento oferecem uma enorme oportunidade para gerar créditos de carbono validados internacionalmente. Além disso, com mais de 80% da energia elétrica gerada por fontes renováveis, o Brasil já está à frente de muitos países no que diz respeito à transição energética. Isso reforça o papel do país como fornecedor de créditos em mercados globais que buscam reduzir emissões”, explicou a profissional.
Outro ponto importante, de acordo com ela, é que o governo brasileiro tem avançado em regulamentações para estruturar um mercado de carbono eficiente.
– “O lançamento do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) e a inclusão de metas no âmbito do Acordo de Paris criam um ambiente propício para negócios. Por isso é preciso olhar com especial carinho para esse tema, que pode beneficiar empresas”, ressaltou a advogada.
Apoiadas por olhar jurídico, empresas podem investir em iniciativas como reflorestamento, manejo sustentável de florestas e recuperação de áreas degradadas. Projetos desse tipo não apenas geram créditos de carbono, mas também agregam valor reputacional às marcas. Além disso, organizações que adotam tecnologias para reduzir suas próprias emissões podem transformar seus excedentes em créditos comercializáveis, gerando novas fontes de receita.
O advogado Ricardo Dosso, sócio no escritório Dosso Toledo Advogados, também tem expertise no tocante ao atendimento jurídico de empresas. Ele ressalta que é possível firmar acordos com startups e empresas especializadas em tecnologia ambiental, o que pode acelerar a entrada no mercado de carbono.
– “Soluções inovadoras, como o uso de inteligência artificial para monitoramento de florestas e otimização de processos industriais, são tendências que ampliam o impacto positivo e financeiro. Com a integração de normas internacionais e o reconhecimento dos créditos brasileiros por mercados globais, as empresas nacionais podem exportar esses créditos para países e empresas que precisam compensar emissões”, destacou.
Apesar do grande potencial, ainda existem desafios. A falta de uma regulamentação completamente consolidada pode criar incertezas, e a necessidade de maior fiscalização para evitar fraudes é um ponto crucial.
– “É essencial que as empresas brasileiras adotem práticas transparentes e robustas para conquistar a confiança de investidores e compradores internacionais. Contar com equipe especializada neste tipo de assunto pode ser o diferencial entre colher os louros ou deixar o bonde passar”, finalizou o advogado Ricardo Dosso, sócio no escritório Dosso Toledo Advogados.