Em Lucas 17,5-10, ao responder aos apóstolos que pedem: “Aumenta a nossa fé!”, Jesus nos ensina que a fé não é questão de quantidade, mas de qualidade. Ao citar o grão de mostarda como exemplo, semente miúda, mas que contém em si as potencialidades da futura planta, Ele orienta que a fé, se for autêntica, mesmo pequena, suporta dificuldades e é capaz de façanhas e coisas extraordinárias. Seguindo no seu diálogo e respostas, Jesus deu o exemplo do empregado, ensinando-nos que a nossa ação deve ser gratuita e sem interesse: “Somos servos inúteis, fizemos o que devíamos fazer”.
“O justo viverá por sua fé ” (Hab 2,4). Ele fica firme e fiel a Deus, em momentos de crises e dificuldades.
O apóstolo Paulo deu um novo sentido a esta afirmação, dizendo que: “É pela fé que o justo viverá ” (Gl 3,11), isto é, somos justificados se acreditamos em Jesus Cristo. Ele exortou o discípulo Timóteo a “reavivar a chama do dom de Deus ” que ele recebeu por imposição de suas mãos; a não se envergonhar “do testemunho de Nosso Senhor “, a guardar “o precioso depósito, com a ajuda do Espírito Santo” (2 Tm 1,6-8,13-14).
A fé é como uma luz que não pode se apagar em nós, é companheira de viagem que permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza.
Reavivamos a chama da fé na leitura, escuta, acolhida e vivência da Palavra, na celebração dos sacramentos, na oração pessoal e comunitária, na piedade e prática do amor fraterno.
“Não fecheis o coração; ouvi vosso Deus “.
Daqui de Roma, no encerramento da visita Ad Limina, rezo por todos, pelo dom da fé.
Rezemos pelo nosso Brasil, pedindo discernimento, luz, harmonia, compreensão e paz.
Dom Paulo.