Uma pessoa morreu e outras três ficaram feridas após tiros serem disparados nas dependências da Escola Estadual Sapopemba, localizada na zona leste de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (23).
De acordo com informações da Polícia Militar, o incidente ocorreu por volta das 7h30, quando a polícia e os bombeiros foram acionados para lidar com a situação na escola.
Três estudantes do sexo feminino foram baleadas e encaminhadas ao Hospital Estadual de Sapopemba para atendimento. Uma delas não resistiu aos ferimentos e morreu.
A quarta vítima sofreu ferimentos na mão durante a correria.
O atirador detido foi encaminhado ao 70° Distrito Policial – Sapopemba.
“Ele saiu atirando sem olhar quem”
Bianca Arantes é esteticista e vizinha da Escola Estadual Sapopemba, além de irmã de um estudante, que estava no colégio no momento do ataque. Ela conversou por telefone com a CNN.
“Meu irmão me ligou e contou que estava tendo tiroteio na escola. Ele disse que já estava perto da saída e eu pedi pra ele correr sem olhar pra trás. Peguei o carro e desci até a escola. Coloquei no carro, meu irmão, dois amigos dele e duas meninas que nunca vi na vida. Trouxe todos pra casa, só tem um aqui agora, o restante os pais já vieram buscar”, contou.
“Uma menina que estava aqui era da sala onde teve os tiros. Um aluno que sofria bullying vinha avisando as meninas que ia fazer um massacre. Hoje ele saiu da sala e voltou atirando. Inicialmente pensaram que era uma bombinha. Ele saiu atirando sem olhar quem. Depois foi atrás das vítimas na escada. Foi uma correria”, completou Bianca.
Ministério da Justiça
O ministro da Justiça, Flávio Dino, postou nas redes sobre o ocorrido e disse que irá auxiliar a polícia de São Paulo. “Solidariedade às vítimas, suas famílias e à comunidade da escola estadual de São Paulo, alvo de ataque com arma de fogo. Laboratório de Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça foi acionado para auxiliar a Polícia de São Paulo a aprofundar as investigações.”
Nota do governo de São Paulo
Em nota, o governo de São Paulo afirmou que prestará apoio psicológico aos alunos e que a prioridade é atender as vítimas. Veja a íntegra abaixo:
O Governo de SP lamenta profundamente e se solidariza com as famílias das vítimas do ataque ocorrido na manhã desta segunda-feira (23) na Escola Estadual Sapopemba. Nesse momento, a prioridade é o atendimento às vítimas e apoio psicológico aos alunos, profissionais da educação e familiares.
Durante o ataque a tiros, três alunos foram atingidos. Uma aluna morreu e outros três feridos estão sendo atendidos no Hospital Geral de Sapopemba, sendo um deles que se machucou ao tentar fugir durante o ataque. A Polícia Militar foi acionada e apreendeu o autor dos disparos e a arma utilizada por ele.
Bullying
O adolescente que matou uma jovem na manhã desta segunda-feira (23) era vítima frequente de bullying e matou uma jovem que sequer conhecia, segundo o advogado Antônio Edio, contratado pela família do agressor.
A CNN teve acesso a um boletim de ocorrência registrado em abril deste ano em que a mãe do adolescente relata ameaças sofridas pelo filho tanto nas redes sociais quanto em outra escola que ele estudava.
De acordo com a Policia Civil, o caso não seguiu adiante, pois não foram indicados possíveis responsáveis pelos crimes.
A mãe do adolescente também teria levado reclamações à diretoria da escola que, segundo a versão da família, não teria tomado providências.
“Lamentamos a fatalidade, a morte prematura e as vítimas feridas, mas que o estado não se omita da sua responsabilidade através da Secretaria da Educação”, disse o advogado.
Sem contato com a vítima
Fontes ligadas à investigação confirmaram que a vítima fatal era de outra turma e que sequer convivia com o agressor. Ela teria dado risada por achar que era uma brincadeira antes de ser alvejada.
Outras duas vítimas feridas realmente conviviam com o adolescente e teriam se envolvido em uma briga com ele recentemente.
Uma terceira pessoa ficou ferida com um corte no braço ao tentar fugir, mas ela não conhecia o agressor.
Grupos de ódio e transmissão do crime
As primeiras informações da investigação dão conta que o adolescente fazia parte de um grupo da plataforma Discord. Ele chegou a desenhar uma suástica com uma faca na perna esquerda para somar pontos. O ataque à escola seria outra etapa.
De acordo com polícia, o adolescente foi incentivado a cometer os crimes e chegou a iniciar uma transmissão para o grupo na manhã de hoje.
O adolescente será investigado por homicídio e duas tentativas de homicídio.
Em nota, a Secretaria da Educação de São Paulo (Seduc-SP) lamenta profundamente e se solidariza com as vítimas do ataque, e que “trabalha para aprimorar o atendimento psicológico a toda comunidade escolar, bem como a segurança nas unidades educacionais”.
A CNN procurou a Secretaria de Educação pra confirmar o recebimento dos comunicados e publicará a resposta assim que receber.