Por Diego Nomiyama – advogado
Nos últimos dias, houve uma alta expressiva do dólar. Esta alta, causada por fatores internos e externos, impactam as finanças de todas as empresas. Em um mundo capitalista, há aqueles que se beneficiam deste contexto e há quem saia prejudicado.
Adotando essa linha de raciocínio, a alta do dólar não é necessariamente ruim se uma empresa tem como a atividade a exportação de produtos e suas dívidas estão atreladas à moeda brasileira. Um setor que tende a se beneficiar da alta do dólar é o de turismo nacional, pois o Brasil passa a ser um destino de viagem barato para os estrangeiros que ganham em dólar.
A situação muda para empresas que de algum modo dependem da importação para exercer suas atividades. Isso porque, em algum ponto da cadeia, haverá uma conexão com o exterior e essa será a variável que fará aumentar os preços.
A alta do dólar causa um efeito de ressonância, pois o aumento do preço ofertado pelo fornecedor aumenta o custo da empresa que será obrigada a cobrar mais do seu cliente. Entretanto, pode a clientela deixar de comprar em razão do aumento e fazer com que a empresa tenha uma redução do seu caixa e do seu lucro ao mesmo tempo que seu passivo aumenta. Há, então, um cenário em que o descuido pode evoluir para uma crise.
Em se tratando de crise, companhias que possuem dívidas em moeda estrangeira sofrem com a alta do dólar, porque veem seus encargos financeiros crescerem substancialmente dado que será necessário mais reais para quitar essas obrigações. Isso pode ser uma grande dificuldade no devido cumprimento de compromissos financeiros, especialmente para quem possui menor capacidade de geração de receita.
Em resumo, a alta do dólar cria um ambiente de oportunidades e de desafios para as empresas brasileiras a depender da atividade exercida. Independentemente disso, é preciso que sejam adotadas táticas de precificação, gestão financeira e busca por novos mercados, a fim de minimizar os impactos negativos e maximizar os efeitos positivos.