A Polícia de Piracicaba prendeu, na manhã desta terça-feira (17), quatro suspeitos de envolvimento na morte do casal encontrado em um veículo na garagem da chácara das vítimas na Serra de São Pedro. O crime ocorreu em abril de 2025.
Entre os presos e suspeitos de serem os mandantes dos assassinatos, estão dois advogados de São Carlos que defendiam as vítimas em falsas ações judiciais, forjadas pela dupla, conforme aponta a investigação.
Na tarde de sexta feira, dia 04 de abril, José Eduardo Ometto Pavan, de 69 anos, e Rosana Ferrari, de 61, saíram da cidade de Araraquara, onde residiam e se dirigiram a uma chácara de sua propriedade, no município de São Pedro. No caminho pararam em um sítio, também de sua propriedade, no caminho para a chácara, também na zona rural de São Pedro. No local foram vistas na companhia de um dos investigados. Foi a última vez que as vítimas foram vistas com vida.
No mesmo dia, ao anoitecer, o veículo da vítima foi conduzido à chácara e abandonado com os corpos em seu interior. Um parente das vítimas foi ouvido e afirmou que pela forma como o veículo era conduzido o mesmo não era dirigido por nenhuma das vítimas. O alarme da casa não foi desligado, o carro não foi descarregado, havendo, inclusive um cooler com alimentos perecíveis.
Os corpos das vítimas foram localizados no domingo, 6 de abril, à noite. As investigações foram intensas e complexas.

Segundo as investigações até o momento foi esclarecido que os mandantes do crime seriam os advogados das vítimas e que o crime se deu por razões patrimoniais. Durante a investigação foram analisados processos em que os investigados representavam as vítimas e descoberto que as mesmas eram induzidas em erro o que gerou o depósito de mais de R$ 2,8 milhões em despesas processuais inexistentes.
Para obter tal vantagem os advogados investigados falsificaram inúmeras guias DAREs (documento utilizado para recolhimento de custas e despesas processuais), comprovantes de recolhimento e até uma decisão judicial, tudo com o objetivo de obter vantagens ilícitas em prejuízo das vítimas.
Sob a alegação de “proteção patrimonial” os advogados investigados se apropriaram de cerca de R$ 12 milhões em imóveis das vítimas.
Após toda expropriação patrimonial, os advogados investigados, teriam encomendado a morte das vítimas.
Foram identificadas duas pessoas que teriam participado diretamente da execução do crime.
Nesta terça-feira foram presos os advogados das vítimas: H.P.B, de 44 anos de idade, F.M.T.B de 47 anos de idade, que possuem escritório na cidade de São Carlos.
Também foram presos C.C.L.O de 57 anos de idade e E.J.V. de 54 anos de idade, que teriam sido contratados para a execução material do crime de homicídio e ocultação de cadáver.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades de São Carlos e Praia Grande, inclusive no escritório de advocacia dos advogados investigados.
Foi determinado o sequestro de bens dos advogados investigados e o bloqueio de contas bancárias de todos os investigados.
Com a apropriação dos bens concluída, segundo a polícia, os advogados encomendaram a morte das vítimas. Os executores também foram identificados e presos durante operação em São Carlos, nos bairros Parque Tecnológico Dama I, Faber Castell e Jardim Munique, e no litoral Paulista, em Praia Grande (SP), nos bairros Maracanã e Vila Mar.
O escritório e as casas dos advogados também foi alvo de buscas da polícia. A investigação conseguiu o bloqueio de contas e sequestro de bens dos envolvidos.
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Casal foi encontrado morto em carro parado em Chácara de São Pedro — Foto: Reprodução/EPTV
Os investigados devem responder por homicídio qualificado, associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso e ocultação de cadáver.