O Ano Novo Chinês, também conhecido como Festival da Primavera, é um dos eventos culturais e sociais mais importantes da China. Celebrado com início em datas que variam entre janeiro e fevereiro, o feriado causa uma pausa significativa nas atividades industriais e comerciais do país. Para o Brasil, cuja economia depende fortemente de importações da China, os impactos desse período são profundos e exigem planejamento cuidadoso por parte das empresas.
O Ano Novo Chinês não é apenas uma celebração de um dia, mas uma festividade prolongada que mobiliza milhões de pessoas. Durante esse período, as fábricas e empresas encerram as operações para que os trabalhadores possam viajar para suas cidades natais e comemorar com suas famílias. As atividades começam a desacelerar até uma semana antes do feriado e só retornam ao ritmo normal semanas depois.
Segundo a especialista Cristiane Fais, CEO da Accrom Consultoria em Logística Internacional, em 2025, por exemplo, o Ano Novo Chinês será celebrado de 29 de janeiro a 03 de fevereiro, e todas as industrias param, incluindo o sistema bancário.
– “Durante o feriado, todas as fábricas chinesas interrompem completamente sua produção. Isso significa que pedidos feitos nas semanas próximas ao Ano Novo enfrentam atrasos significativos para serem processados e enviados. Além disso, antes do feriado, há uma corrida para despachar produtos e esvaziar os portos. Isso leva a um aumento expressivo nos custos de frete marítimo e aéreo. Empresas que não se planejam com antecedência acabam pagando mais caro para garantir que suas mercadorias sejam enviadas antes da paralisação”, explicou a especialista.
Além disso, segundo ela, é possível perceber efeitos em cadeias de suprimento:
– “Produtos como eletrônicos, maquinário, têxteis e componentes industriais, fortemente importados da China, podem enfrentar escassez no mercado brasileiro durante o período. Isso afeta tanto o consumidor final quanto empresas que dependem desses insumos para sua produção. Já após o fim das celebrações, as operações industriais não retomam imediatamente o ritmo normal. Isso ocorre porque os trabalhadores que viajam para suas cidades natais nem sempre retornam à mesma fábrica, e as empresas precisam de tempo para reorganizar sua força de trabalho.
De acordo com ela, as empresas brasileiras devem se preparar ao Ano Novo Chinês, a fim de evitar prejuízos:
– “As empresas precisam antecipar pedidos e estoques antes do início do Ano Novo Chinês, considerando possíveis atrasos. Além disso, deve-se buscar fornecedores alternativos em outros países pode minimizar os impactos da paralisação chinesa. Outra medida é manter uma comunicação constante com fornecedores na China a fim de ajudar a planejar melhor o envio de mercadorias. Por fim, estocar produtos é algo essencial para atender à demanda durante e após o feriado, de modo a evitar rupturas na cadeia de abastecimento”, finalizou Cristiane Fais, CEO da Accrom Consultoria em Logística Internacional.