O uso de inteligência artificial está trazendo cada vez mais benefícios para o avanço das tecnologias em mobilidade urbana, conforme apontam os fabricantes de tecnologia em mobilidade. Um bom exemplo, são os radares de trânsito, com câmeras capazes de captar o comportamento dos motoristas.
Isso porque as atuais tecnologias como, por exemplo, o doppler (ultrassom), que opera através de um sistema de ondas eletromagnéticas, conseguem registrar tudo o que estiver até uma distância de 100 metros antes e depois do seu ponto de instalação com muita precisão – diferentemente dos radares que utilizam apenas sensores no chão – impossibilitando que o motorista reduza a velocidade apenas quando chega próximo ao equipamento.
Capitais como Curitiba e Salvador já utilizam esta tecnologia desde 2019 e São Paulo está em fase de instalação.
Outro fator detectado são comportamentos imprudentes, como ultrapassagens em locais proibidos ou uso do celular ao volante e o número de pessoas que estão dentro dos veículos.
Os radares – com tecnologias que variam entre o laço indutivo, doppler, laço virtual (cálculo sobre imagem) ou laser – também capturam informações sobre presença e tempo de passagem dos veículos, registrando informações estatísticas e as infrações de trânsito, entre elas, veículos acima da velocidade permitida, parada sobre faixa de pedestres, avanço de semáforo no vermelho, fluxo em contramão e conversão proibida.
O uso de Inteligência Artificial permite ainda que os radares se adaptem a condições variáveis, como tráfego intenso, e ajustem os limites de velocidade aplicáveis com base nas circunstâncias reais, tornando a fiscalização mais justa.
Segundo Guilherme Araújo, diretor presidente da Velsis, empresa fabricante de tecnologia em mobilidade, a combinação de radares inteligentes e IA está revolucionando a fiscalização de trânsito no Brasil, tornando-a mais eficaz, precisa e adaptável às condições em constante mudança das estradas e no fluxo das cidades.
“As tecnologias em mobilidade desempenham um papel crucial na promoção da segurança viária e na redução de infrações, tornando as vias brasileiras mais seguras para todos os usuários”, afirma.
Em São Paulo, a empresa venceu a licitação para a instalação de radares doppler, laço e laser – que faz captura de moto andando na entre faixa e lombada eletrônica. A instalação teve início em março de 2024 e deverá ser concluída em março de 2025.
Ao todo a Companhia de Engenharia de Trânsito (CET) da cidade de São Paulo, terá 299 faixas de radares do tipo II, que é o fixo não intrusivo, o doppler. Destas, 48 são de responsabilidade da Velsis que venceu um dos lotes da licitação, concentrada na zona Sul da cidade.
Combinação perfeita
A combinação de equipamentos de sensoriamento de captura do objeto, neste caso o veículo, sem a instalação de tecnologia no pavimento, faz com que o sistema seja classificado como não intrusivo.
Este sistema permite o processamento de imagens das placas de veículos (OCR/LPR) e de um software com inteligência artificial, ou seja, reduz o período de manutenção e necessidade de interdição de obras nas pistas para realizar a sua implantação.
A tecnologia LAP (Leitura Automática de Placas), incorporada aos radares eletrônicos, é capaz de proporcionar a leitura da placa dos veículos e verificar, em questão de segundos, a situação em relação a débitos, indicativos de furtos, ou bloqueios.
“O equipamento é um auxiliar na fiscalização do trânsito. Além da segurança ocasionada pela redução de velocidade, os radares contribuem para a melhora da gestão das vias, para a gestão do tráfego, identificando áreas de alto risco e contribuindo para um policiamento mais eficiente e direcionado e ainda convidam o cidadão a cumprir diariamente as normas estabelecidas”, completa Guilherme Araújo que também é diretor-presidente da Velsis
Ao detectar infrações e alertar os motoristas em tempo real, radares inteligentes com IA contribuem para a prevenção de acidentes, reduzindo a probabilidade de colisões relacionadas à velocidade e ao comportamento imprudente.
Outras ferramentas de apoio à mobilidade urbana:
Lombadas eletrônicas ou equipamentos que capturam a velocidade de passagem dos veículos na via e a apresentam aos condutores por meio de uma estrutura fixa com um painel digital comumente afixado nas laterais das vias de tráfego. Esses equipamentos também registram infrações quando associados a radares.
Contadores de fluxo permitem com ou sem intervenção física na via, fazer a contagem e por vezes classificação (veículo de passeio, veículo médio, veículo pesado) do fluxo viário. Esses equipamentos são ferramentas importantes para a gestão do tráfego urbano, permitindo que os gestores entendam a sazonalidade e intensidade do fluxo viário.
Câmeras de monitoramento possuem alta definição e a possibilidade de integração em uma central, permitindo a ampla cobertura visual das vias de maior fluxo da malha viária urbana em tempo real, a identificação de congestionamentos e acidentes de trânsito.
Leitura Automática de Placas (LAP): Também conhecida como tecnologia OCR (Optical Character Recognizer) é um software que integrado a uma câmera digital e a uma base de dados com informações de veículos, captura e identifica automaticamente a placa dos veículos, possibilitando a busca de dados do veículo e também medidas de segurança.