O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, concedeu entrevista à Sociedade Organizada e além descartar qualquer possibilidade de concorrer às eleições presidenciais de 2022, declarou ser prematuro falar de concorrer ao cargo futuramente.
Ele foi categórico em dizer que sua grande missão é recuperar Minas Gerais, garantindo que após três anos de mandato pode afirmar que conseguiu equilibrar as contas do estado, mas ressalta que ainda há muito o que fazer, pois “em quatro anos dá para fazer muito pouco em vista do estrago que foi feito no estado de Minas Gerais”.
Destacou: “não é nem um pouco adequado parar no meio do caminho aquilo que ainda não foi concluído, e meu objetivo neste momento é Minas, o Brasil é algo a ser visto lá na frente. Eu costumo dizer que é o mesmo que se perguntar para um estudante de vestibular de medicina onde ele estará trabalhando após formado, sendo que ele ainda nem entrou na faculdade ainda”, fazendo referência ao árduo trabalho que ainda terá na administração de Minas. Zema faz questão de destacar que seu trabalho nos últimos anos foi “arrumar a casa e equilibrar as contas”, comparando o estado de Minas com um trem, que hoje está novamente em cima dos trilhos, mas lembra que é um trem que precisa aumentar em muito a sua velocidade.
Ressaltou que após seis anos, no último mês de agosto, os 600.000 funcionários públicos do estado voltaram a receber em dia, o que não ocorria desde 2015. Para ele “isso demonstra que aquilo que queremos para o setor público, que é mais eficiência, mais transparência e uma gestão melhor, dá resultados”. Ainda lembrou que conseguiu eliminar mais de 50.000 cargos na máquina pública e voltou a fazer os devidos repasses do ICMS, FUNDEB, IPVA e da saúde às prefeituras, pontualmente. Esses repasses, apesar de assegurados pela legislação brasileira, não estavam sendo fornecidos pelos governos anteriores, e além dos valores devidos da sua gestão, Zema refinanciou o que era devido das gestões anteriores, colocando em dia os pagamentos dos municípios. Apenas da saúde, são cerca de 6 bilhões e 800 milhões de reais que estão sendo devolvidos para as prefeituras mineiras, além de 7 bilhões de reais de ICMS, IPVA e FUNDEB. Também estão sendo quitados os depósitos judiciais, anteriormente confiscados pelo estado de Minas.
Questionado sobre a revitalização das estradas de Minas, o governador garantiu que está empenhado na recuperação das estradas de todo o estado, porém em função do termo de reparação da tragédia de Brumadinho, 1000 km de vias que estavam em pior situação tiveram que ser priorizados, sendo que o restante será trabalhado de forma gradual. “O nosso objetivo é que o estado venha a ter uma malha viária tão boa quanto a de São Paulo, e o que agilizará esse processo será a construção de sete lotes rodoviários, a serem realizadas por meio de parcerias de concessão entre o estado e as empresas concessionárias responsáveis pelas vias.
Na última sexta-feira (24), o governador anunciou que a Agência Nacional de Águas (ANA) reduzirá o volume retirado do Lago de Furnas para geração de energia, respeitando assim os 762 metros acima do nível do mar, o que não é feito de março de 2020. A medida tem objetivo de se chegar ao período de seca de 2022 com índices melhores do que o previsto, e não permitir que a água baixe após atingida a cota mínima no período chuvoso. Para Zema, isso possibilitará a retomada do turismo e da agricultura de cerca de 39 cidades da região.