Recomeçar. Talvez essa seja a palavra mais difícil de ser pronunciada pela população gaúcha, bem como pelos empresários afetados pela cheia do Guaíba. De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), ao menos 63% das indústrias do estado enfrentaram uma paralização parcial ou total.
Os números não mentem. Ainda é possível observar ruas em total abandono, e uma população aparentemente perdida. O mesmo ocorre com empresas, onde muitas seguem fechadas, ou já não tem qualquer perspectiva de serem reabertas.
Diante desse cenário de incertezas, o advogado Ricardo Dosso, experiente em direito empresarial e societário, lembra que o principal agora é ter paciência e dar um passo de cada vez, para poder renegociar com fornecedores e buscar todos os recursos disponíveis.
“É possível que o BNDES ofereça linhas de crédito. O mesmo vale para entidades bancárias e até mesmo os governos federal, estadual e dos municípios atingidos. Já há opções vantajosas para o empresário recomeçar”.
Segundo ele, que já ajudou na recuperação de inúmeras empresas através do exercício da profissão, é preciso frieza e consciência de que, com o know-how adquirido, será possível recomeçar.
“Na vida nós nunca perdemos. Ou ganhamos ou aprendemos. Essa é a máxima que os empresários devem se ater. Com a expertise adquirida ao longo dos anos, será possível colher bons frutos a longo prazo”, ressaltou o profissional.
Já a advogada Ana Franco Toledo, também especialista em Direito Empresarial e Sucessório, as enchentes deixaram uma ferida que logo estará cicatrizada. Contudo, será preciso inteligência emocional e determinação por parte dos empresários.
“Hoje, para muitos, pode até não parecer haver luz no fim do túnel, mas nós que já colaboramos com o ressurgimento de inúmeras empresas, sabemos que o primeiro passo é sempre o mais difícil. Já existem recursos disponíveis e basta saber onde procurar. Com o tempo e os passos na direção certa, será possível que cada empresário olhe para trás e tenha o orgulho de dizer que venceu”, finalizou a advogada.