As equipes de emergência prosseguiam nesta sexta-feira com as buscas por sobreviventes entre os escombros provocados pelo terremoto que afetou a Síria e a Turquia na segunda-feira, um dos mais devastadores em décadas na região, bom um balanço provisório de 21.700 mortos.
A ajuda humanitária começou a chegar à Turquia. A Alemanha anunciou o envio de 90 toneladas de material por avião. Ao mesmo tempo, acesso à Síria, que está em guerra civil e com o regime alvo de sanções da comunidade internacional, é muito mais complicado.
A guerra destruiu hospitais e provocou problemas no abastecimento de energia elétrica e água na Síria, mas a ONU só consegue enviar ajuda para as zonas controladas por rebeldes no noroeste do país através de Bab al Hawa, na fronteira com a Turquia.
A diplomacia turca afirmou que está trabalhando para abrir outros dois pontos de passagem “com as regiões sob controle do governo sírio, por razões humanitárias”.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu ao Conselho de Segurança que autorize a abertura de novas passagens de ajuda humanitária entre os países.
“Este é o momento da unidade, não é o momento de politizar ou dividir. É óbvio que precisamos de muito apoio”, disse.
– “Abandonados” –
O diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou na quinta-feira que visitaria a Síria e a presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Mirjana Spoljaric, chegou a Aleppo, na Síria.
Nos dois lados da fronteira, milhares de casas foram destruídas e as equipes de emergência intensificam os esforços, mas as possibilidades de encontrar sobreviventes são cada vez menores após o período de três dias que os especialistas consideram crucial.
A situação, agravada por um frio glacial, levou o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que está em luta armada contra o exército turco desde 1984, a anunciar nesta sexta-feira a suspensão temporária de suas “operações” na Turquia.
“Milhares dos nossos cidadãos continuam sob os escombros (…) Todos devem ser mobilizados e usar todos os seus recursos”, declarou Cemil Bayik, comandante do movimento citado pela agência Firat, próxima ao PKK.
Centenas de voluntários de diversos países chegaram à região do terremoto para ajudar nos resgates.
Quase 30 trabalhadores do setor de mineração viajaram mil quilômetros de Zonguldak, perto do Mar Negro, até Antakya, cidade duramente atingida pelo terremoto, para ajudar nas buscas.