Nas buscas realizadas na casa do ex-ministro da justiças de Bolsonaro, Anderson Torres, a polícia federal encontrou um documento contendo a minuta de um decreto presidencial estabelecendo uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral. O ato previa condições de como atuar para reverter o resultado da eleição presidencial.
É um indício concreto de que Jair Bolsonaro, enquanto presidente, acionou o primeiro escalão para fechar o TSE, e interromper o funcionamento de parte do poder judiciário.
A minuta diz claramente que o objetivo é a “correção do processo eleitoral presidencial do ano de 2022”, e deixa claro que foi elaborado após o dia 12/12, pois faz referência à diplomação de Lula ocorrida nesse dia. O decreto ainda dispõe a instalação de uma comissão composta por 17 membros, dos quais, 9 seriam militares.
Anderson Torres não negou a posse do rascunho, mas disse tê-lo guardado um uma pilha de documentos para serem destruídos, alegou que o documento lhe foi entregue por terceiros, foi tirado de contexto pela imprensa, e que diariamente recebia sugestões de golpe de estado por terceiros.
“Havia em minha casa uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP”, afirmou Anderson Torres.
Após sua declaração ele passou a ser acusado de prevaricação e ocultar prova de crime.
O ex-ministro, que também é delegado, deverá ser preso e expulso da Polícia Federal, por facilitar os ataques às sedes dos 3 poderes.