A Polícia Militar Ambiental do Espírito Santo registrou um aumento de aparições de animais dentro de residências nos últimos dias no Norte do estado. O motivo, segundo os policiais, é que as fortes chuvas que atingem o estado estão fazendo com que os animais procurem locais secos para se abrigarem.
No dia 25 de dezembro, noite de Natal, um tatu procurou abrigo na casa de uma moradora do bairro Cricaré, em São Mateus, Norte do Espírito Santo.
A moradora encontrou o animal escondido dentro de um recipiente e levou até a Polícia Militar Ambiental.
“Como o animal estava em perfeito estado de saúde e não tinha ferimentos, a gente levou ele até uma área de fragmento florestal, que é habitat dele, e fez a restituição dele no meio ambiente. Com o alagamento dessas vias, os animais procuram um local seco, e os locais secos que eles estão encontrando são as residências, as edificações da área habitada. E aí o que a gente pede é que as pessoas não matem os animais, façam a ligação pra polícia ambiental que aí a gente faz o resgate”, explicou o Capitão Fabrício da Polícia Militar Ambiental do
Além do tatu, uma jibóia também buscou refúgio e apareceu em um quintal de uma casa no dia 21 de dezembro, também em São Mateus.
Segundo levantamento da da Polícia Militar ambiental, durante o mês de dezembro, em razão das fortes chuvas foram resgatados um total de 12 animais. Cinco répteis, sendo: quatro cobras jiboias e uma cobra jararacuçu do brejo; sete mamíferos, sendo um ouriço cacheiro, uma capivara, um gambá, duas raposas e um sagui.
São Mateus, cidade onde o número de registros de animais aumentou segundo a polícia ambiental, foi um dos municípios mais afetados pela chuva.
Gavião sem conseguir voar
Um outro animal também sofreu com as consequências das chuvas no estado. Um gavião jovem adulto foi resgatado embaixo de um carro em Vila Velha, Grande Vitória, no final de novembro por estar encharcado e não conseguir voar.
O médico veterinário Matheus Simão encontrou o animal e levou até a clínica. O veterinário Eduardo Lázaro participou do resgate e explicou que é comum algumas aves ficarem debilitadas por causa da chuva.
“Essas chuvas fortes atrapalham alguns animais a caçar. Dependendo das aves, vai chover bastante e vai diminuir a oferta de alimentos. O gavião por exemplo, se alimenta de outras aves, insetos. Com as chuvas, os animais ficam quietinhos no lugar, não saem. E com isso, vai diminuir a alimentação da ave, o que pode levar o animal a ficar debilitado, não conseguir mais voar e aí a gente resgata” disse o médico veterinário.
O veterinário acredita que no caso do gavião resgatado, o animal não teve forças para conseguir voar e ficou encharcado.
“O animal foi levado para a clínica e quando foi feito o primeiro atendimento, vimos que ele estava com hipoglicemia e conseguimos reabilitá-lo o mais rápido possível. Conseguimos fazer ele subir de peso e depois de um dia sem chuva conseguimos soltar” disse o veterinário.
Ajuda
O capitão reforça que o número de animais procurando locais secos para ficar pode ser ainda maior. Caso alguém encontre um animal em uma residência, é só ligar para o número (27) 3636 1663, que atende a região Norte ou então para o 190 no estado todo.
“Em razão das chuvas o aparecimento desses animais se intensificou. A gente sabe que esse número de animais que aparecem nas áreas habitáveis e residenciais pode ser muito maior. A subnotificação pode ser grande, que é quando o animal aparece mas a população não liga para a polícia ambiental ou outro órgão para fazer o resgate. Muitas pessoas matam esses animais”, alertou o capitão.
Fonte: G1