A candidata à presidência pelo partido Partido Comunista Brasileiro se reuniu com lideranças locais, estudantes da Unesp e participou do lançamento da sua pré- candidatura e de Tito Flávio, pré-candidato ao Senado Federal.
Sofia explicou que a caravana do partido está realizando um giro pelo Estado de São Paulo, participando dos lançamentos das pré-candidaturas do PCB, aproveitando para dialogar com movimentos populares e também de juventude, debatendo as questões que afligem a classe trabalhadora.
A candidata defende a necessidade de uma candidatura puramente comunista, pois suas pautas divergem das apresentadas pela chapa Lula-Alckmin.
“é um momento importante para nós apresentarmos propostas e projetos que tenham dois objetivos. Primeiro, fazer com que a classe trabalhadora volte a se organizar autonomamente e participe da política não apenas no momento eleitoral, mas durante toda a sua vida, porque a política continua existindo mesmo fora do período eleitoral. O outro objetivo é colocar na pauta de luta da classe trabalhadora questões que não estão sendo apresentadas pelas outras pré-candidaturas, como por exemplo, a compatibilidade entre um programa tipo Bolsa Família e o emprego formal. Isso é muito importante para as empregadas domésticas porque elas são majoritariamente o público do Bolsa Família. Mas quando elas conseguem um emprego formal, elas perdem o benefício e o emprego formal não dá condições para elas sustentarem suas família.”
Sofia é economista e professora, natural de São Paulo, e defende a revogação da reforma trabalhista, a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem redução salarial, para que as pessoas possam dedicar seu tempo à cultura, lazer e profissionalização.
“Nosso programa de governo é sério, porque independente de quem vencer em 2023, essa tem que ser a luta da classe trabalhadora. A grande questão hoje é o combate à fome com o trabalho digno, o combate à inflação dos alimentos. No combate à fome, tem que pensar na reforma agrária. O agronegócio brasileiro não produz alimento, produz ‘commodities’ alimentares que são exportados e o preço é determinado externamente, o que encarece muito, inclusive a produção de alimentos. Então, precisamos também fazer uma reforma agrária”.
O pré-candidato ao governo do estado de São Paulo é o agrônomo Gabriel Colombo, que possui bastante conhecimento do assunto, além da produção alimentar. Em Franca terá o professor Tito Flávio como candidato a senador e talvez candidatos e bancadas de forma coletivo, o que ainda está sendo definido pelo partido.
No quesito segurança pública, uma das propostas é a desmilitarização da Polícia Militar, que Sofia explica não ser o fim da corporação, mas a construção de um aparato de segurança pública civil que seja vinculado à inteligência e à investigação, “e não à repressão indiscriminada que acaba atingindo uma população que não tem nada a ver com o crime organizado ou que tem algum contato com o crime organizado. Polícia Militar é um entulho da ditadura militar. Essa política de guerra às drogas é na verdade uma política de guerra à população pobre, principalmente nas grandes cidades”.
A candidata diz que a política de guerra às drogas é completamente ineficaz porque não combate o crime organizado que está por trás do tráfico de drogas e da disseminação da droga, no seu entendimento combate e massacra a população pobre. “O crime só vai ser resolvido quando, por meio de inteligência, por meio de controle de tráfico de drogas internacional, por meio de controle de tráfico de armas, que passa inclusive por interesses que estão hoje vinculados ao governo, pelo combate às milícias”, pontuou Sofia Manzano.
Explicou que o partido decidiu lançar uma candidatura majoritária por entender que nesse momento o objetivo principal é derrotar Bolsonaro, além de seguir na luta para avançar dos direitos da população.
“Eu penso que, com essas propostas e estas lutas, a juventude voltará a se engajar politicamente, a tomar em suas mãos as rédeas para condução. Do nosso país. Isso é que é o mais importante. Nós temos que pensar que a política não é só colocar, apertar o voto na urna. A política é o cotidiano. E no cotidiano nós só vamos ser ouvidas e ouvidos se nós nos organizarmos para isso. Então, a nossa pré campanha tem esse objetivo, como eu disse antes, de promover uma reorganização”, finalizou.