Lucas 9,18-24 narra a confissão de fé de Pedro. Este fato é tão importante que aparece também em Mateus e Marcos, com suas semelhanças e particularidades. Lucas fala que Jesus “estava rezando num lugar retirado”.
Neste contexto, dá-se o diálogo com os seus discípulos sobre a sua pessoa. Ainda não havia clareza sobre o seu messianismo: as pessoas achavam que Ele era um dos antigos profetas. Pedro é o interlocutor do grupo quando o Mestre quis saber deles quem Ele era: “o Cristo de Deus” (Lc 9,20). Jesus é a revelação do Pai, a sua presença entre nós.
Após a profissão de fé de Pedro, Jesus prevê a sua Páscoa: seu sofrimento, rejeição, morte e ressurreição. Também apresenta as condições para o seguimento: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me” (Lc 9,23).
O Senhor não obriga ninguém a seguir o seu caminho, é uma opção livre e consciente. O discípulo deve desfazer-se de apegos e ambições pessoais. A resposta a Ele e ao Reino exige conversão, despojamento e abertura.
As perdas e o sofrimento provocam choro e lamento, mas são ocasiões de purificação (Zc 12,10-11; 13,1). Ser cristão é viver como Jesus. Paulo nos ensina que o Batismo nos dá uma nova identidade, colocamos uma roupa nova: as vestes de Cristo (Gl 3,26-29).
A experiência de cruz faz parte da vida e pode aparecer de diversas formas. Aprendemos com Jesus que não suprimiu a dor e o sofrimento, mas assumiu a sua cruz sem revolta, com amor. Assumindo as nossas cruzes, como Ele, podemos fazer brotar a esperança em qualquer desafio. Se temos a Cristo, a vida, mesmo com cruz, é mais bela e mais humana. Se temos fé, sabemos que Deus está conosco e por isso seguimos em frente, com confiança.
“Para mim fostes sempre um socorro; de vossas asas à sombra eu exulto! Minha alma se agarra em vós; com poder vossa mão me sustenta” (Sl 62, 8-9).
Minhas orações a todos.
Dom Paulo.