“Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros” (Jo 13,34).
João é conhecido como o “discípulo que Jesus amava” (Jo 13,23; 19,26). O tema do amor é uma mensagem central no seu Evangelho, mas aparece somente a partir do capítulo 13, antes da cena do lava-pés. Depois do gesto, temos uma catequese sobre o mandamento novo, que continua nos outros escritos. Jesus foi glorificado porque amou os “seus que estavam no mundo até o fim” (Jo 13,1). É o mesmo amor divino que o Pai tem por ele e ele pelo Pai e pelos seus, e deve caracterizar a prática dos seus seguidores. É um amor teologal, que desce do Pai para o Filho e se estende até nós, através do Espírito, e nos une como irmãos e irmãs. Amor gratuito, serviçal, oblativo, permanente e comunitário, conta com a graça de Deus e o exercício de nossa vontade.
O Evangelho se espalhou como um profundo ato de amor, mesmo diante das tribulações e das oposições ao projeto de Deus (At 14,21b-27). O futuro, o fim que Deus preparou para aqueles que o amam – “um novo céu e uma nova terra”, “nova Jerusalém”, “esposa enfeitada para o seu marido”, nova aliança, “novas todas as coisa”(Ap 21,1.2.3.5), é dom do Espírito e fruto da fidelidade e perseverança dos cristãos, “aqueles que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” ( Ap 21,27).
Vendo a realidade atual, com seus inúmeros desafios, tomamos consciência de que temos um longo caminho a percorrer, com fé, esperança e caridade. O futuro é o próprio Deus morando no meio de seu povo, enxugando “toda lágrima dos seus olhos” (Ap 21,4).
Deus Pai é a luz que brilha sobre nós, e Jesus Cristo, o Cordeiro que nos reconcilia, nossa lâmpada. A sua paixão já redimiu o mundo, pois o amor é mais forte. Buscamos o alimento para a nossa fidelidade e perseverança no Espírito Santo , na Palavra revelada, nos sacramentos, na oração pessoal e comunitária, na piedade e na prática das virtudes. Beber e comer do amor divino é o que nos fortalece na vida espiritual e nos capacita para a missão.
Bom domingo , Dom Paulo.
