Alexandre Ferreira (MDB) recusou a vinda da carreta da mamografia para Franca, sob a justificativa de que possui programa próprio e geraria gastos para o município, mas contrata empresa privada de diagnóstico de imagem para realização de exames.
O Programa Mulheres de Peito do governo do estado de São Paulo oferece mamografias grátis e sem necessidade de pedido médico para mulheres entre 50 e 69 anos de idade, podendo ainda atender mulheres fora dessa faixa etária, mas que apresentem solicitação médica emitida pela rede pública ou particular.
Em 2019, na gestão Gilson de Souza, a carreta esteve na cidade e de acordo com informações da própria prefeitura, já no primeiro dia de atendimento houve uma movimentação bem acima do esperado, sendo obrigado a limitar 100 atendimentos por dia. Os atendimentos que ocorriam inclusive aos sábados, transcorreram por mais de duas semanas e atenderam a mulheres de toda a região.
Em entrevista concedida na semana passada a uma rede de televisão local, Alexandre alegou que usaria o dinheiro gasto em outra coisa mas não informou o que seriam esses gastos, já que os médicos são os mesmos da rede pública.
Procurado pela reportagem para prestar esclarecimentos sob essa afirmação, o prefeito não respondeu aos questionamentos de quais seriam esses gastos, tendo em vista que todo itinerário da carreta, combustível e equipamentos ficam a cargo do governo do estado, sendo que a contrapartida do município no programa seria apenas ceder local, energia elétrica, sistema de água e esgoto e fornecimento de médicos.
Na outra oportunidade a carreta foi alocada no estacionamento do Pronto Socorro Álvaro Azzuz por ter ponto de energia elétrica e esgoto, e Gilson ainda disponibilizou cadeiras e tenda de apoio para as pacientes que aguardavam atendimento médico.
A equipe do ex-prefeito Gilson informou à reportagem que foi feito um projeto detalhado à época, pois a carreta não faz manobras e possui limite de extensão e comprimento em razão dos fios de postes, portanto foi preciso filmar todo o trajeto desde a rodovia com o percurso que a carreta faria até a chegada ao seu destino. “A carreta foi tão procurada que acabou ficando mais do que o pedido inicialmente pelo Gilson, mas teve que ir embora para outra cidade, senão atenderia mais gente”, disse um de seus ex-assessores.
A equipe de reportagem do Portal Fato no Ato e Sociedade Organizada tentou agendar uma mamografia por telefone em uma das unidades básicas de saúde da cidade, a atendente informou que se fosse pedido de médico da rede particular seria necessário primeiro passar pelo atendimento de um profissional da rede pública, e que somente depois o exame seria realizado por uma clínica particular da cidade, especializada em diagnóstico de imagem. Ao ser informada que a paciente aguarda atendimento ginecológico desde março a telefonista ainda confirmou “os atendimentos demoram mesmo”.