Um grande diferencial que deve ocorrer novamente nas eleições federais será o chamado “fator novidade”, que nada mais é do que a busca do eleitor por candidatos que não fazem da política uma profissão, ou seja, não ocupam cargos políticos por diversos mandatos, nem se candidatam reiteradamente ano após ano. Junto ao fator novidade vem o desejo do cidadão pela renovação política, até mesmo como intenção de frear o sistema contaminado pela corrupção.
A novidade costuma vir através de jovens idealistas que buscam por uma sociedade mais justa, livre da política antiga, e nesse contexto, em Franca já temos dois nomes confirmados pelos respectivos partidos como pré-candidatos a concorrer ao cargo de deputado federal em 2022. Um deles é Rafael Bruxellas, com 28 anos, ex-candidato a prefeito pelo PT que se destacou em sua primeira eleição com mais de 17.000 votos, o outro é Danilo Rezende do partido Novo, com 30 anos de idade, que auxiliou na coordenação da campanha de Adermis Marini como candidato a prefeito.
O empresário Bruxellas disse que a intenção de se candidatar a deputado de certa forma nasceu durante as eleições de 2020, quando perceberam que muitas das propostas que foram apresentadas na época como plano de governo para a prefeitura começaram a ser implementadas em outros municípios e funcionaram bem, como por exemplo o uso do aplicativo de corridas que aumentou a renda de 25 % dos motoristas de Araraquara, que foi uma ideia do grupo em 2020, não levada adiante pelo governo francano. “Decidimos participar das eleições federais quando começamos a perceber que Franca mais uma vez não iria ocupar o seu espaço enquanto polo regional que é do ponto de vista geográfico, mas que assim não se comporta nem do ponto de vista político, nem do ponto de vista econômico. Ao contrário, temos uma cidade que em todas as gestões de prefeito se comporta numa lógica de competitividade com as cidades do entorno, e deveria se se comportar numa lógica de cooperação para o desenvolvimento regional”, destacou. Ele espera que Franca supere esse déficit enquanto representantes na Câmara federal e que não seja um deputado de uma categoria específica, mas que represente a região no Congresso Nacional, nos colocando no centro da questão política do país.
Bruxellas ressaltou que sua pré-candidatura foi discutida entre todos que participaram de sua campanha em 2020, “extrapolando inclusive as questões partidárias nesse momento, para que se possa abrir mão de algumas divergências que venham a existir enquanto partido, para que se consiga colocar Franca e região em primeiro lugar”. Lembrou que mesmo sem ocupar qualquer cargo público nos últimos dois anos conseguiu através de parcerias com deputados estaduais trazer recursos para a Associação de Deficientes de Franca, para a Santa Casa e também para a cidade de Ribeirão Corrente.
“Nós queremos mostrar que é possível nesse cenário de polarização política que estamos vivendo, que por meio do diálogo, da reflexão e do fortalecimento da política, das instituições e das relações que nós vamos conseguir superar os desafios, e não pelo caminho do ódio, da discórdia, da exclusão e do radicalismo.” – Bruxellas.
Por sua vez, Danilo é empreendedor formado em arquitetura e urbanismo e atualmente não ocupa nenhum cargo administrativo no partido em razão da sua pré-candidatura a deputado federal, conforme determinam as regras do partido. Explicou à reportagem que já foi aprovado no processo seletivo do Novo, além de ter participado do processo de formação, dois pré-requisitos exigidos pelo partido aos postulantes a um cargo eletivo como forma de escolher pessoas mais aptas a ocuparem um cargo público. Disse ter boas expectativas em relação à eleição, caso se confirme sua candidatura, pois analisa que as últimas eleições trouxeram à tona a necessidade de renovação e o anseio popular por eleger pessoas que não são do mundo político. “Há muitos anos que fazemos uma política local como se fossemos zeladores. As pessoas entram na prefeitura, administram o que está ali e não tem novidade”, enfatizou o pré-candidato do Novo. O fato de o partido não utilizar o fundo eleitoral é um ponto positivo para ele, pois acredita que o dinheiro público não deve ser utilizado para fazer campanha, mas aplicado em favor da população, e lembrou: “claro que dependeremos de doações de pessoas físicas, mas as pessoas já estão começando a entender isso e a não utilização do fundo partidário será algo que pesará para quem vota de forma consciente, na próxima eleição”. Ele terá apoio do deputado Vinícius Poit, pré-candidato a governador, que segundo ele já representa 2 % das intenções de votos nas pesquisas.
“Não adianta ter muitos candidatos na cidade se o eleitor não tem um único que o represente, se eu me sentisse representado não teria me colocado á disposição do partido para concorrer às eleições, mas como já faz um tempo que não me sinto representado no cenário político decidi contribuir com a cidade” – Danilo Rezende.