Um estudo de revisão sistemática publicado no Journal of Plastic, Reconstructive & Aesthetic Surgery analisou a segurança de um dos métodos mais utilizados no aumento glúteo: o enxerto de gordura autóloga. A pesquisa reuniu evidências atualizadas sobre os riscos associados a esse procedimento, que está entre os mais procurados na cirurgia plástica estética contemporânea. A técnica envolve a retirada de tecido adiposo do próprio corpo do paciente e sua reinjeção nos glúteos, oferecendo um resultado natural com menor risco de rejeição.
Segundo os dados apresentados, os pesquisadores utilizaram três bases científicas de renome internacional — PubMed, Cochrane e Medline — e aplicaram cinco termos de busca distintos para identificar estudos focados nesse método. Foram selecionados 15 artigos que cumpriram os critérios de inclusão, sendo sete dedicados exclusivamente ao enxerto de gordura e um abordando comparações entre diferentes abordagens cirúrgicas.
A publicação informou ainda que foram avaliados 1.788 procedimentos com enxerto de gordura autóloga. Os principais problemas relatados foram seromas (6,9%), infecções (3,0%) e parestesia ciática transitória (1,0%). A taxa geral de complicações nesse grupo foi de 13%, considerada moderada. Os dados podem ser verificados diretamente na publicação.
Comentando os dados, o Dr. André Ahmed, cirurgião plástico especialista em gluteoplastia, afirmou que o estudo reforça a necessidade de precisão técnica na realização de procedimentos estéticos, a escolha de métodos seguros e saudáveis e que o enxerto de gordura, embora apresente uma taxa menor de intercorrências, carrega o risco de embolia gordurosa, que pode ser fatal, especialmente se a técnica não for absolutamente rigorosa quanto ao plano de injeção. O Dr. André continuou dizendo que por estes motivos, a gluteoplastia é um método seguro e saudável, pois é possível oferecer um controle maior sobre o plano anatômico, geralmente intramuscular, evitando os perigos da injeção de gordura e eliminando o risco de embolias sistêmicas. “Apesar da menor taxa de complicações, o enxerto de gordura exige atenção máxima ao plano de aplicação. A embolia gordurosa é uma complicação rara, mas grave, que pode ocorrer se o material for injetado de forma inadequada, principalmente em planos profundos. Por isso, a técnica deve ser realizada por profissionais altamente capacitados, com domínio anatômico rigoroso”.
Um outro estudo publicado na Revista Caderno Pedagógico apontou dados sobre o procedimento chamado lipoenxertia. A publicação cita que uma revisão sistemática conduzida por Conde-Green et al. (2016), com 4.105 pacientes, apontou uma taxa média de complicações de 7%. Entre os efeitos adversos mais frequentes estavam seroma (2,4%), eritema (1,3%) e assimetrias menores, todas consideradas de baixa gravidade.
Outro estudo, informado na publicação, realizado por Sinno et al. (2016), apontou dados ao analisar 3.567 casos de aumento de glúteo com gordura autóloga. Embora as complicações tenham sido pouco frequentes, chegando a uma taxa de 9,9%, foram observadas ocorrências como seromas (3,5%), infecções (2,0%) e ciatalgia (1,7%). Um dos principais desafios, no entanto, é a reabsorção da gordura pelo organismo: estima-se que entre 18% e 36% do volume injetado possa desaparecer dentro de um ano, o que pode exigir sessões de retoque para manutenção do resultado estético desejado, de acordo com o que foi informado na publicação.
Em sua avaliação final, o Dr. André destacou que o estudo traz uma importante atualização para a literatura sobre aumento de glúteo e reforça a necessidade de individualização nas escolhas cirúrgicas. “Embora os dados mostrem menor taxa de complicações para o enxerto de gordura, o risco de eventos graves, como a embolia gordurosa, exige máxima cautela. Em prática, a gluteoplastia busca alinhar os objetivos do paciente com o que há de mais seguro e previsível. A gluteoplastia com implantes de silicone, oferecem maior controle sobre o plano de colocação, o que pode ser uma vantagem decisiva em determinados casos. A ciência evolui, e estudos como esse são fundamentais para orientar decisões médicas e informar corretamente os pacientes sobre os prós e contras de cada técnica”, concluiu.
Mais detalhes em: https://www.youtube.com/watch?v=gnnGueFIGaU