O verão está registrando altas temperaturas e os cuidados com a exposição solar devem ser redobrados. O motivo é evitar o mais prevalente tipo de câncer do país – o de pele. Até 2025 poderá ocorrer mais de 704 mil casos ao ano, de acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Notícias promissoras sobre o tratamento desse tipo de tumor foram destaque no último Congresso Europeu de Oncologia (ESMO). Cícero Martins, coordenador do serviço de tumores cutâneos e raros do Oncologia Americas, da rede Americas, afirma que o câncer de pele vem apresentando evoluções importantes no seu prognóstico, por meio das inovações no suporte aos estágios avançados da doença (quando há metástase) e na prevenção de recidiva (retorno) nos tempos iniciais do tumor.
“Tratamentos individualizados e as chamadas terapias-alvo, que são aquelas que usam drogas específicas para atacar somente as células cancerígenas com a apresentação de algumas características, estão oferecendo excelentes resultados, particularmente nas pessoas com câncer em fases avançadas, pois apresentam maior eficiência com menos efeitos colaterais. Além disso, importantes avanços no campo da imunoterapia têm trazido resultados animadores como o desenvolvimento de técnicas de ampliação e reinfusão de células de defesa para o combate das neoplásicas, como as do melanoma”, observa.
O especialista alerta que, mesmo com a informação otimista, é importante manter a prevenção como regra para a vida. “As orientações sobre o uso do filtro solar e dos horários de exposição, evitando o período das 10h às 16h, devem seguir na lista de prioridades, especialmente em momentos de calor intenso que estamos vivendo”, pondera.
Outra indicação é a de que um médico especializado seja procurado em caso de qualquer alteração na pele. “A presença de feridas que não cicatrizam ou manchas que mudem suas características, como o aumento de tamanho, mudança de cor e sangramento devem levantar suspeita. O que sempre recomendamos é que um médico seja procurado para uma avaliação e, se necessário, para que o tratamento seja iniciado o quanto antes”, diz.
Martins também informa que a incorporação da imunoterapia, após a ressecção (retirada) de lesões em estádios iniciais é uma estratégia comumente utilizada para aumentar com sucesso a chance de controle do câncer.