Maringá (PR) é a cidade com melhor saneamento no Brasil. É o que indica o Ranking do Saneamento 2024 divulgado, nesta quarta-feira (20), pelo Instituto Trata Brasil. O levantamento aponta ainda que São Paulo é a capital com melhor saneamento no país. A maior cidade brasileira, com 11,5 milhões de moradores, está na 7ª colocação na lista geral. Outras cidades também operadas pela Sabesp aparecem entre as 20 mais bem colocadas: Santos (8ª), Praia Grande (12ª) e Franca (15ª), que pela primeira vez não figura no top 10 do ranking. No levantamento anterior (2023) Franca estava em 9º.
De 2018 a 2022, a Sabesp investiu nos sistemas de água e esgoto do município de São Paulo mais de R$ 12,5 bilhões. O valor representa 40% do total investido pelas 27 capitais brasileiras. Conforme o ranking, a cidade tem 99,29% de atendimento de água, 97,31% de atendimento de esgoto.
Além dos quatro municípios entre os 20 mais bem posicionados, outras 15 cidades atendidas pela Companhia aparecem no ranking do Trata Brasil: Taubaté (24ª), Suzano (28ª), Santo André (31ª), São José dos Campos (34ª), Guarujá (35ª), Diadema (36ª), Mauá (37ª), São Bernardo do Campo (38ª), Barueri (39), São Vicente (46ª), Osasco (49ª), Carapicuíba (57ª), Itaquaquecetuba (60ª), Cotia (65ª) e Guarulhos (67ª).
O levantamento, que está em sua 16ª edição, avalia as 100 cidades mais populosas do país com base nos indicadores de 2022 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), como acesso a água, coleta e tratamento de esgoto, população atendida, perdas de água, investimentos, entre outros.
Monitoramento
Desde 2009, o Instituto Trata Brasil monitora os indicadores dos maiores municípios brasileiros
com base na população, com o objetivo de dar luz a um problema histórico vivido no país. A falta
de acesso à água potável impacta quase 32 milhões de pessoas e cerca de 90 milhões de
brasileiros não possuem acesso à coleta de esgoto, refletindo em problemas na saúde para a
população que diariamente sofre, hospitalizada por doenças de veiculação hídrica.
Os dados do SNIS apontam que o país ainda tem grandes dificuldades com a coleta e com o
tratamento de esgoto. Comparando os dados do SNIS, anos-base 2021 e 2022, a coleta de esgoto
subiu de 55,8% para 56% – aumento de 0,2 p.p. – e o tratamento foi de 51,2% para 52,2%, aumento
de 1 p.p.. De acordo com os dados mais recentes, mais de 5,2 mil piscinas olímpicas de esgoto
sem tratamento são despejadas na natureza diariamente.
O RANKING DO SANEAMENTO 2024
O Ranking é composto pela análise de três “dimensões” distintas do saneamento básico de cada
município: “Nível de Atendimento”, “Melhoria do Atendimento” e “Nível de Eficiência”1. Nesta
edição, Maringá (PR) foi a primeira colocada, seguida de São José do Rio Preto (SP) e Campinas
(SP). Pela primeira vez na história do Ranking, três municípios alcançaram a pontuação máxima disponível e, consequentemente, a universalização do saneamento. São consideradas universalizadas as localidades que contam com 99% de sua população com acesso à água tratada e 90% com coleta e tratamento de esgoto. O número foi estipulado pela Lei 14.026/2020, o “Novo Marco Legal do Saneamento Básico”.
Por isso, os três ganharam nota máxima (10) em todos os oito indicadores contemplados nesta
edição. Como critério de desempate, no entanto, considerou-se que o município com os maiores
níveis de cobertura nos três indicadores da dimensão “Nível de Atendimento” (Indicador de
Atendimento Total de Água, Indicador de Atendimento Total de Esgoto, e Indicador de Tratamento
Total de Esgoto) deveria estar melhor classificado.
Os 20 piores
Já os 20 piores municípios tiveram um investimento anual médio no período de 2018 a 2022 de
R$ 73,85 por habitante, cerca de 68% abaixo do patamar nacional médio para a universalização.
No caso desses municípios, por terem indicadores muito atrasados e distantes da universalização,
ter um investimento anual médio por habitante baixo resulta em uma dificuldade muito grande para
atingir às metas estabelecidas.
Observa-se que mais investimentos proporcionam melhoras significativas nos indicadores de
saneamento básico. No caso dos 20 melhores, o Indicador de Atendimento Total de Água (ITA) é
21% superior àquele encontrado no grupo dos 20 piores municípios. O Indicador de Atendimento
Total de Esgoto (ITE) é 242% superior, e o Indicador de Tratamento Total de Esgoto (ITR), 286%
maior.
De maneira semelhante, tem-se que o grupo dos 20 melhores apresenta nível de eficiência melhor
do que aquele verificado no grupo dos 20 piores.