Condições climáticas fora das previsões afetam produtividade e preocupam setor agrícola
A reta final da safra de soja e o plantio do milho safrinha enfrentam desafios significativos devido à seca intensa e temperaturas elevadas, não previstas pelos principais órgãos meteorológicos. Esse cenário tem gerado perdas inesperadas para os produtores, especialmente na região do Sul de Minas.
A principal consequência desse clima adverso tem sido o prejuízo na fase de enchimento de grãos da soja, momento crucial para a definição da produtividade. Segundo Castelli, a falta de umidade e o calor excessivo fazem com que as plantas abortem algumas vagens e reduzam o tamanho dos grãos, o que impacta diretamente no rendimento das lavouras.
O diretor comercial da Agrobom, Marco Castelli, destaca os impactos que já estão sendo sentidos no campo. “Já observamos perdas de 20% a 25% em áreas nessa fase. Além disso, as lavouras que já estão sendo colhidas enfrentam outro problema: a umidade dos grãos está muito abaixo do ideal, que seria 14%. Temos áreas sendo colhidas com 10%, até 8% de umidade, o que torna os grãos mais leves e compromete a produtividade final”, explica.
Além da soja, o milho safrinha também está sendo afetado. Como essa cultura está na fase de implantação, as áreas plantadas antes do período de estiagem já demonstram sinais de perda de produtividade. Outro fator preocupante é que, em muitas regiões, o plantio foi interrompido devido à seca, comprometendo a chamada “janela ideal” para o cultivo.
“Cada dia de atraso no plantio do milho safrinha significa perda de produtividade futura. Com a seca, muitas áreas tiveram que paralisar o plantio, e isso pode impactar significativamente o resultado da safra”, alerta Castelli.
A situação exige atenção dos produtores e acompanhamento contínuo das condições climáticas para avaliar possíveis estratégias de mitigação dos danos. Com as perdas já constatadas, o setor agrícola segue atento aos próximos desdobramentos dessa safra desafiadora.