As prefeituras de Ribeirão Preto (SP), Franca (SP) e Sertãozinho (SP), três maiores cidades da região, informaram nesta quinta-feira (16) que vão manter a vacinação de adolescentes sem comorbidades contra a Covid-19.
A medida segue a determinação do governo estadual e contraria a nota técnica do Ministério da Saúde, que voltou atrás e passou a recomendar que a imunização para este grupo seja feita apenas para quem tem comorbidades, doenças permanentes e que esteja privado de liberdade.
Em Ribeirão Preto, não há agendamento disponível para a faixa etária nesta quinta-feira. A cidade aguarda novas doses enviadas pelo estado para dar continuidade à campanha. O último dia de vacinação para o grupo ocorreu na quarta-feira (15).
Em Franca, os adolescentes com 12 ano ou mais continuam sendo vacinados nesta sexta-feira (17), das 7h30 às 16h no Internacional Esporte Clube e nas unidades básicas de saúde Ângela Rosa, Aeroporto 1, Leporace, São Sebastião e Brasilândia.
Já em Sertãozinho, segundo a Prefeitura, a primeira dose foi aplicada em 6.908 pessoas de 12 a 17 anos. O número corresponde a 75,5% da população dessa faixa etária. Nesta quinta, cerca de 300 adolescentes foram vacinados e, na segunda-feira (20), mais 300 devem receber o imunizante. O agendamento abre às 12h desta sexta-feira pela internet.
Estado x Ministério
Em nota à imprensa, o governo de São Paulo lamentou a decisão do Ministério da Saúde e disse que a medida vai na contramão do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde e de autoridades sanitárias de outros países, como Estados Unidos, Chile, Canadá, Israel, França e Itália.
“Coibir a vacinação integral dos jovens de 12 a 17 anos é menosprezar o impacto da pandemia na vida deste público. Três a cada dez adolescentes que morreram com Covid-19 não tinham comorbidades em São Paulo. Este grupo responde ainda por 6,5% dos casos e, assim como os adultos, está em fase de retomada do cotidiano, com retorno às aulas e atividades socioculturais”, informou.
Em coletiva de imprensa na tarde desta quinta, o ministro Marcelo Queiroga disse que a decisão de restringir a vacinação de adolescentes contra Covid-19 apenas aos grupos prioritários tem relação com a falta de evidências científicas consolidadas sobre o benefício da imunização para este grupo.
“O Ministério da Saúde pode rever a posição desde que haja evidência científica sólida. Por enquanto, por questão de cautela, temos eventos adversos a serem investigados, temos adolescentes que tomaram vacinas que não estavam recomendadas, temos que acompanhar”, disse o ministro.
Queiroga citou que mais de 3,5 milhões de adolescentes já foram vacinados no Brasil sem a autorização do Plano Nacional de Imunizações, que previa a aplicação apenas entre os prioritários desta faixa etária (12 a 17 anos) a partir de 15 de setembro.
Segundo Queiroga, 1,5 mil adolescentes apresentaram eventos adversos, o que representa 0.042% do total.
O ministério informou que acompanha o caso da morte de um adolescente no estado de São Paulo. Ele morreu depois de tomar o imunizante da Pfizer, mas ainda não há conclusão se há relação com a vacina ou mesmo se ele tinha outras comorbidades.
G1 EPTV