A jovem Graziela Domiciliano, de 24 anos, denunciou a Santa Casa de Franca por possível negligência médica no parto. A denunciante, Márcia Sobrinho, sogra da gestante, relatou que ela estava com 26 semanas de gestação e que corria tudo bem de acordo com os obstetras que a acompanham.
A sogra da vítima contou que sua nora foi internada na Santa Casa de Franca com fortes hemorragias e que após o 4º dia, passou por uma cesárea de emergência. Durante a cirurgia a médica teria cortada a cabeça do recém-nascido com o bisturi, mas familiares foram impedidos de adentrar à sala de cirurgia. De acordo com a gravação da enfermeira, o bebê estava em estado grave e sangrava muito por isso precisava ser entubado, ainda segundo ela, o sangramento se deve à sua idade fetal e afirma que seria normal com prematuros. No áudio a enfermeira não explica nenhum corte ou intercorrência na cabeça do bebê, entretanto antes de entregar o bebê à funerária a avó retirou o capuz e notou o corte com cerca de 9 pontos. Diante disso a avó passou a registrar com vídeos e fotos para comprovar que o corte foi um erro médico que pode ter colocado a vida de seu neto em risco.
A avó questionou os responsáveis do hospital que apenas disseram que o corte era superficial, não podendo ensejar risco à vida do bebê, por isso decidiu pedir ajuda aos meios de comunicação da cidade para que o caso seja apurado. Ela se dirigiu até o plantão da delegacia seccional de Franca e registrou o boletim de ocorrência.
Os documentos e exames foram encaminhados à reportagem, sendo possível comprovar que a gestante fazia todo o acompanhamento pré-natal indicado, e a única observação é de que o feto possuía o chamado “lábio luporino”, mas nada que comprometesse o seu desenvolvimento. Inclusive uma ultrassonografia realizada um dia antes do óbito apontou que o crescimento do bebê estava adequado para idade fetal, sem apresentar nenhuma anormalidade.
O grupo Santa Casa foi procurado e posteriormente esclareceu que a criança veio à óbito devido à prematuridade e ao deslocamento de placenta ocorrido, o que obrigou a equipe médica a proceder a cesárea. A nota ainda informa que a lesão na cabeça é uma sequela das complicações do parto como medida de urgência, que poderia colocar em risco não apenas o nascituro, mas também a mãe.
* Reportagem: Alexandre Silva e Marcela Barros.