O turismo de aventura é uma modalidade de atração turística pouco explorada na região de Franca, apesar de possuir diversas cachoeiras, grutas, trilhas e montanhas a serem percorridas pelos mais aventureiros. Diversas cidades do interior paulista ficaram conhecidas por incentivar a prática de esportes radicais, como Brotas e Boituva, fazendo com que equipes e agências se especializassem no ramo para ofertar experiências únicas aos seus clientes.
Para os praticantes da atividade, o turismo de aventura proporciona interação e superação em meio à natureza, e deve ser por isso que de acordo com a Adventure Travel Trade Association – ATTA, é o ramo com maior expansão no mercado do turismo. Com a falta de opções próximas à capital, as agências Dotta e Rope Trips têm feito da região um de seus destinos. A Rope é uma empresa paulistana especializada em bungee jumping e rapel de pontes, prédios, pedreiras e cachoeiras que atua há mais de sete anos no mercado, chegando a 25.000 saltos em seis estados diferentes. A equipe conta com profissionais experientes que carregam 4 recordes latino americanos e 4 mundiais, sendo um deles em uma cachoeira de 321 metros de altura.
O local do salto, conhecido como Cachoeira do Esmeril, fica localizado no município de Altinópolis no Camping Vale dos Sonhos. A cachoeira de 60 metros de altura também possui rapel, tirolesa, boiacross e rede suspensa, uma nova atração que permite que a pessoa se deite em uma rede sob o vale, a sessenta metros do chão.
A Dotta Aventura é outra empresa paulistana que também se dedica ao ecoturismo e aventuras em meio à natureza e de acordo com um de seus responsáveis, Douglas Mozão, nos últimos anos eles têm realizado parcerias com outras agências de paraquedismo, rapel, trilhas e ofertado as mais variadas formas de diversão para seus clientes. Para ele, os esportes radicais impactam a vida das pessoas de uma maneira extremamente positiva, encorajando-as a situações inovadoras e que elas carregarão para suas vidas como forma de fortalecimento pessoal. Tatti, a instrutora e também uma das responsáveis pela Dotta acredita que falta uma conscientização sobre os esportes radicais, principalmente os urbanos, para que as pessoas entendam todo o profissionalismo envolvido nessas atividades. Ela cita que pelo fato de os equipamentos de segurança serem onerosos há poucas agências que se dediquem ao ramo, mas destaca a importância de estar acompanhado por um profissional habilitado para evitar riscos, além da responsabilidade e cuidados com o ecossistema local. A empresária comenta que falta apoio do poder público de um modo geral, como das secretarias de esporte ou de turismo das cidades e do governo do estado, que poderiam realizar cadastramento dos profissionais habilitados com a finalidade de evitar que pessoas inexperientes se arrisquem a promover os esportes para terceiros, ocasionando acidentes.
Marco Jota, da Rope, disse que a cada final de semana buscam um novo ponto para explorar, porém já agendaram sua terceira visita à Altinópolis para o dia 28/05. “Eu trabalho desde 2014 com o turismo de aventura e vejo que ainda tem muito campo para crescer no Brasil, tem muitos lugares que têm muito potencial e que não são nada explorados. Nós não esperávamos que a região fosse tão rica e que pudesse nos oferecer tamanha estrutura, achávamos que era bem mais precária, mas percebemos um potencial gigante aqui e é uma experiência que vale à pena viver. Para mim o maior risco de fazer o turismo de aventura é se viciar. E para nós é muito gratificante ajudar as pessoas a enfrentarem seus medos, como o medo de altura, para mim eu tenho o melhor emprego do mundo, poder ver as pessoas realizando seus sonhos todos os finais de semana.”
Imagens de Rodrigo Oliveira e Tati Basso.