Dia 20 de novembro é o dia de Zumbi de Palmares e dia da Consciência Negra. É uma data muito reflexiva, pois remete a luta de nossos antepassados. Infelizmente, o Brasil foi o último país do ocidente a abolir a escravidão e permitir a liberdade dos negros.
No ano de 2019, de acordo com dados do IBGE, 60 % da população se declara preta, negra ou parda. Sendo considerado o país mais negro do mundo fora da África e mesmo assim com a maior parte da população se considerando negra o preconceito é eminente.
Hoje é um dia de festa, de comemorar vitórias, mas sabemos que a escravidão deixou muitas marcas em todos os povos, feridas difíceis de cicatrizar e deixar um mundo mais igual.
Mesmo com toda contribuição do povo negro na história deste país o racismo está penetrado na nossa cultura. O preconceito impede que vivamos com igualdade.
Para ilustrar esse dia compartilho aqui passagens corriqueiras de quem tem na pele a cor da luta x vitória.
_ Eu relevo os atos racistas já estou acostumada, porém esquecer?
Jamais, está marcado na alma.
Sabe porque dói?
Porque, sabemos que só aconteceram comentários racistas por causa da minha cor, mas isso já nem é novidade é só mais um caso de tantos outros vividos desde quando nos entendemos por gente.
De fato – eu Vanilza – vivi, mas já superei e relevei. Vejam só, como foi:
_ Ai meu Deus! Vocês aí recortando direitinho e eu aqui fazendo “serviço de PRETO”.
Depois, foi necessário uma reunião com os funcionários para se justificar e dizer que não falou:
“serviço de PRETO” mas sim “serviço de PRESO”.
Numa outra ocasião, em um dia nem tão distante, um colega de serviço que tinha o costume de fazer jogos de azar (o jogo do bicho) não podia me ver que falava que sonhou comigo e deu macaco no resultado do jogo.
E por último, esse mais recente, foi bem duro de engolir:
_ Acharam que eu estava “levando” ou roubando cachorro quente de uma festa e pasmem: quiseram revistar minha bolsa.
Mas tudo bem né? É estrutural mesmo. (Vanilza Cristina Souza Caetano)
Quando lemos depoimentos como o da Vanilza, é chocante, mas então porque fatos assim continuam tão corriqueiros e natural no nosso dia a dia ?