Aconteceu nesta terça-feira, dia 22, a reconstituição do feminicídio em que figura como autor, o policial militar Douglas Teixeira, 29. Ele é acusado de matar com um tiro na cabeça, a ex-mulher, Thabata Gonzales Silva, 34, em novembro do ano passado. A reconstituição ocorreu nos fundos da Unifran, onde o policial teria executado a vítima.
Na presença de PMs que faziam a escolta do soldado, policiais da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), peritos do IC (Instituto de Criminalística) e do advogado do policial, Rafael Sousa Barbosa, Teixeira refez todos os passos que culminaram na morte da ex-mulher, desde o encontro com ela, a execução, até o abandono do corpo, na chácaraonde os pais dele moram, na Rodovia Tancredo Neves, que liga Franca a Claraval (MG).
O PM está recolhido ao presídio Romão Gomes, em São Paulo, desde novembro. Ele responde por homicídio qualificado e feminicídio. Deverá ficar preso até a data de seu julgamento. O carro onde o corpo da analista foi encontrado, também foi utilizado na reconstituição.
Entenda o caso
Thabata foi encontrada morta no dia 18 de novembro. O corpo dela tinha marcas de tiro e estava dentro de um carro estacionado na chácara dos pais de Teixeira, próximo à Rodovia Ronan Rocha.
Segundo a Polícia Civil, o casal estava junto há dois anos, mas em processo de separação porque a relação era conturbada, com desavenças por causa de ciúmes.
Na madrugada do crime, o policial teria saído do serviço por volta das 2h e, na sequência, avisado um colega que “teria feito uma cagada”. A polícia fez buscas, mas não localizou Teixeira.
No dia 17 de outubro, Thabata tinha registrado um boletim de ocorrência contra Teixeira, alegando ter sido agredida por ele. Ela relatou que, após os dois voltarem de uma festa, o homem tentou manter relações sexuais com ela. Ao negar, segundo o depoimento, foi ameaçada com uma arma e agredida no pescoço.
Na época, ela enviou um vídeo para familiares mostrando marcas no pescoço. Os hematomas teriam sido causados pelo policial.
Já na noite anterior à que foi achada morta, segundo a família, Thabata enviou uma mensagem de texto à mãe pedindo que ela tomasse conta dos filhos.
“Mãe, cuide bem das crianças, proteja com unhas e dentes, como a mãe maravilhosa que você sempre foi. Gratidão por nossa família. (…) Mãe, busca as crianças assim que você acordar. Eles estão sozinhos e eu não estarei mais aqui”, dizia um trecho.
De acordo com a polícia, ele negou o crime e afirmou que o disparo foi acidental, porque estava tentando evitar que Thabata se matasse com a arma dele. No entanto, laudos periciais descartaram a hipótese de que o tiro foi um acidente. A perícia apontou que Thabata foi morta com um tiro no lado direito da cabeça.