A Nissan anunciou um plano de reestruturação global que inclui o fechamento de sete fábricas e a demissão de 20 mil funcionários até 2027, após registrar um prejuízo líquido de 670,9 bilhões de ienes (aproximadamente €4,04 bilhões) no exercício fiscal de 2024. Este é o pior resultado da montadora japonesa em 25 anos, impulsionada por vendas fracas nos mercados dos Estados Unidos e China, além de pressões tarifárias e concorrência crescente de fabricantes chineses de veículos elétricos.
A reestruturação da Nissan terá implicações significativas nos âmbitos jurídico e trabalhista. Segundo o advogado Ricardo Dosso, sócio do escritório Dosso Toledo Advogados, “as demissões em massa e o fechamento de fábricas exigem um planejamento jurídico rigoroso para garantir o cumprimento das legislações trabalhistas locais e mitigar riscos de litígios”.
A advogada Ana Franco Toledo, também sócia do mesmo escritório, acrescenta que “é fundamental que a empresa conduza negociações transparentes com sindicatos e autoridades trabalhistas, assegurando que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados e que os processos de desligamento sejam conduzidos de maneira ética e legal”.
Analistas apontam que a Nissan enfrenta desafios significativos para retomar a lucratividade, incluindo a necessidade de atualizar sua linha de veículos e adaptar-se às rápidas mudanças no mercado automotivo global. A empresa não divulgou estimativas para o próximo exercício fiscal, indicando incertezas quanto à recuperação financeira no curto prazo.
– “A situação da Nissan serve como um alerta para outras montadoras sobre a importância de estratégias jurídicas e mercadológicas ágeis e adaptáveis em um setor em rápida transformação, especialmente diante da crescente demanda por veículos elétricos e híbridos”, lembrou a advogada Ana Franco Toledo.