Morreu neste domingo (19), João Baptista Bellinaso Neto, mais conhecido como Léo Batista, aos 92 anos de idade. O jornalista esportivo estava internado desde o dia 6 de janeiro para tratar um câncer no pâncreas descoberto após um quadro de desidratação e dor abdominal.
Filho de imigrantes italianos, o veterano nasceu em Cordeirópolis, no interior de São Paulo. Aos 15 anos, trabalhou em serviços de alto-falantes na sua cidade natal e rapidamente se estabeleceu no rádio, ainda nos anos 1940.
Ele dedicou mais de 76 anos de sua vida à comunicação, sendo 53 deles à TV Globo, onde se consagrou especialista em esportes. Apaixonado por futebol e torcedor fanático do Botafogo, o jornalista virou um personagem histórico na TV aberta.
Apesar da especialista, Léo ficou conhecido como “coringa” da emissora carioca. Em 1970, como freelancer, foi chamado para compor a equipe esportiva da Globo, que mandou jornalistas para o México para a cobertura da Copa do Mundo daquele ano.
Logo após o campeonato, o locutor teve de substituir o apresentador Cid Moreira (1927-2024) em uma edição do “Jornal Nacional”. Depois disso, foi contratado em definitivo, chegando a apresentar as edições de sábado do “JN”.
O jornalista, inclusive, se tornou o primeiro apresentador tanto dos telejornais nacionais “Jornal Hoje” (1971) e “Esporte Espetacular” (1973), quanto do regional “Globo Esporte” (1978).
Multifacetado, Léo Batista também participou do “Globo Rural” e encabeçou grandes acontecimentos da História, como ser o primeiro locutor a noticiar a morte do presidente Getúlio Vargas, em 1954, além de ter sido o primeiro narrador do país a fazer uma transmissão de surfe e de Fórmula 1 na televisão.
O jornalista também foi o responsável por trazer à TV aberta o quadro de gols do “Fantástico”, aos domingos, o que mudou a forma de consumir futebol a partir daí.
ABERT emite nota de pesar
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) lamenta, com profundo pesar, a morte do jornalista Léo Batista, ocorrida neste domingo (19), no Rio de Janeiro (RJ).
Pioneiro da televisão brasileira, Léo Batista se tornou um dos nomes mais icônicos do jornalismo esportivo brasileiro. Sua história se confunde com a da comunicação de nosso país.
Desde o início de sua carreira como locutor de rádio na década de 1950, Léo Batista trilhou uma jornada de respeito e admiração.
Em mais de 50 anos de atuação na TV Globo, testemunhou momentos únicos do esporte brasileiro e mundial, ao cobrir 13 Copas do Mundo e 13 Olimpíadas.
A voz inconfundível está na memória afetiva das várias gerações de brasileiros que acompanharam as narrações esportivas e os programas que apresentou, deixando uma marca inesquecível.
Seu enorme legado ficará para a história da radiodifusão do país.
Neste momento de luto, a ABERT presta solidariedade aos familiares, amigos e colegas de trabalho de Léo Batista.
Flávio Lara Resende
Presidente