A Moção de Repúdio nº 4 de 2022 de autoria do vereador Zezinho Cabeleireiro (PP) ao Sistema Cross, à Santa Casa de Misericórdia de Franca, ao Departamento Regional de Saúde VIII, e para o Governador do Estado de São Paulo pelo atendimento desumanizado e ineficiente de saúde do município de Franca, centralizou os debates na Câmara Municipal de Franca, na sessão desta terça-feira, 3..
Ao utilizar a Tribuna da Casa de Leis, Zezinho defendeu ‘O Governo do Estado que comanda as internações, cirurgias eletivas e a nossa população vem sofrendo há muito tempo, essa moção não se refere aos funcionários da Santa Casa, mas ao sistema CROSS’.
O tema gerou grande debate entre os parlamentares, sendo que alguns, parabenizaram o autor pela discussão do assunto, reconheceram as dificuldades enfrentadas pela população para conseguir vagas de internação, e sugeriram a criação de uma Comissão Especial de Assuntos Relevantes (CEAR) com a convocação dos responsáveis pela Diretoria Regional de Saúde (DRS), Santa Casa de Franca, Secretaria de Saúde para debater o tema e cobrar responsabilidades, além de apontarem adequações ao texto da proposta.
Por fim, a proposta foi adiada por três sessões a pedido do vereador Gilson Pelizaro (PP).
Santa Casa emite nota cobrando Moção de Aplausos
Ao tomar conhecimento da Moção de Repúdio apresentada pelo vereador Zezinho Cabelereiro, o Grupo Santa Casa de Franca, rebateu as acusações com um comunicado, cobrando Moção de Aplausos e aumento do contrato defasado há anos para aumentar atendimento imediatamente.
Veja a íntegra da nota da entidade:
As condições físicas e emocionais do Grupo Santa Casa de Franca, uma das instituições mais antigas da cidade, com 124 anos, foi relacionada hoje na Câmara Municipal de Franca, pelo vereador Zezinho Cabeleireiro, propondo Moção de Repúdio com críticas severas aos profissionais de saúde que atuaram na linha de frente da COVID-19 e a todos os demais que atuam nos hospitais, citando que a instituição realiza “Atendimento desumanizado e ineficiente de saúde do município de Franca” – em vez de propor justamente o contrário, uma Moção de Aplausos por exemplo, para valorizar esta centenária entidade e seus profissionais que tem travado uma batalha diária há anos para atender o público de Franca e mais 21 municípios, sustentando uma defasagem de financiamento da ordem de 34% de atendimentos além do teto contratualizado com os Gestores SUS.
Diante de afirmações tão injustas e severas, falando sobre “Atendimento desumanizado e ineficiente de saúde…” o Grupo Santa Casa se sente na obrigação – e no direito – de manifestar-se com a verdade em respeito unicamente à população aqui atendida, ao que se segue:
– A instituição conta com um Centro Integrado de Humanização, alinhado com todas as diretrizes e protocolos do Ministério da Saúde e Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e DRS-VIII (Departamento Regional de Saúde), mantendo um constante diálogo com esses representantes e aberta a auditorias e fiscalizações;
– Em se tratando de Humanização, a Maternidade da Santa Casa, que realiza mais de 3 mil partos de alto risco por ano, é reconhecida pelo Ministério da Saúde por seu atendimento humanizado, tendo conquistado o título de “Hospital Amigo da Criança e da Mulher”; ainda, no último ano, seguindo rígidos protocolos técnicos, praticamente zerou a mortalidade materna;
– Pela seriedade do trabalho e alta capacidade técnica de seu corpo clínico e da equipe multidisciplinar, o Grupo Santa Casa também é reconhecido pelo Ministério da Saúde com o título de “Hospital de Ensino”, sendo um centro de referência para as universidades locais que aprovam a atuação da instituição na formação de médicos e demais profissionais da assistência em saúde;
– Os profissionais atuantes no Grupo Santa Casa de Franca – médicos e equipes multidisciplinares – são altamente qualificados e, durante o período da pandemia foram inclusive reconhecidos por outros famosos centros de saúde do país, como o InCor, por sua resiliência e alta capacidade técnica, tendo sido convidados a compartilhar seus conhecimentos de vanguarda nos protocolos de atuação contra a COVID-19 em programas virtuais de treinamento e qualificação profissional.
– O Grupo Santa Casa de Franca, que é um prestador de serviços de saúde – e não um gestor – disponibiliza na CROSS as vagas disponíveis no hospital; e o que estamos vendo é o envio cada vez mais acima desta quantidade há anos.
Se todos não focarem no problema principal, que é o contrato atual que está defasado em 34%, iremos apenas ‘bater cabeça’ e não avançaremos em nada; Departamento Regional de Saúde, Prefeitura e Câmara Municipal devem lutar juntos pelo aumento imediato do Contrato.
A Diretoria Voluntária do Grupo Santa Casa de Franca está à disposição desta Casa de Leis – como sempre esteve – para quaisquer esclarecimentos adicionais que se possam fazer oportunos.