A estreia da veterana Jaqueline Mourão nesta terça-feira (8) na prova de sprint (esqui cross-country) nos Jogos de Inverno de Pequim (China) entrou para a história do esporte do país. A atleta, de 46 anos, em sua quinta edição na neve, tornou-se hoje recordista de participações olímpicas do Brasil: oito ao todo.
Além de já ter representado o país nas provas de esqui cross-country – Jogos de Turim (2006), Vancouver (2010), Socchi (2014) e Pyeongchang (2018) – Jaqueline também defendeu a amarelinha nas disputas de ciclismo mountain-bike nas Olimpíadas de Atenas (2004), Pequim (2008) e, mais recentemente, em Tóquio 2020, realizada no passado. Foi a primeira vez que o Brasil contou com esquiadores na prova de sprint, na qual o atleta precisa concluir o percurso no menor tempo possível.
“O frio na barriga é o mesmo dos primeiros Jogos Olímpicos, a vontade de fazer história para o meu país é enorme. Estar aqui com todo esse cenário, passando por uma classificatória difícil, todos os procedimentos por conta da covid, pandemia… Na linha de largada, tudo se concretizou. O meu caminho foi diferenciado, exigente, Jogos de Verão, de Inverno, três modalidades. E confesso que pensei muito na Bruna [Moura], nesta manhã, tudo que ela viveu comigo e fiquei muito emotiva”, disse Jaqueline, referindo-se à companheira, que ficou fora dos Jogos de Pequim, pois se recupera de um acidente automobilístico ocorrido na semana anterior ao início do evento.
A veterana parou na classificatória da prova sprint do esqui cross-country: encerrou na 84ª posição (tempo de 4min05s60) entre 91 competidores. Apenas as 30 primeiras colocadas – menores tempos – asseguravam a classificação à fase seguinte. Estreante nos Jogos, a compatriota Duda Ribera, de 17 anos, também não avançou na qualificatória do sprint: ficou em 88º lugar (4min14s53).
Já o acreano Manex Silva, de 19 anos,conseguiu o melhor resultado do país na disputa masculina do sprint , ao terminar em 71º lugar (3min08s64) na classificatória, mas não foi o suficiente para seguir adiante na competição. O resultado, no entanto, tornou Manex Silva o sul-americano com melhor desempenho na prova. Além de superar representantes da Argentina, Chile e Colômbia, o brasileiro ficou à frente de atletas de países com mais tradição em esportes na neve como Coreia do Sul, Eslovênia e Islândia.
“A prova foi bastante boa. Consegui fazer um bom sprint porque não perdi muito tempo em nenhum lugar da prova, o que é importante, e atravessei a chegada bastante rápido. Então, estou bastante feliz, também por ser o melhor sul-americano já que o Franco (Dal Farra, da Argentina) está muito forte nessa temporada. O resultado mostra que o Brasil pode estar à frente de países que têm neve como Argentina e Chile”, afirmou o acreano, em depoimento ao COB..
Edição: Cláudia Soares Rodrigues/Agência Brasil