A responsável por uma ONG clandestina de proteção aos animais foi presa, por volta das 15h20 desta quarta-feira (21), sob suspeita de torturar e maltratar cães e gatos, em uma chácara, na zona rural de Embu-Guaçu, região metropolitana de São Paulo. No local, de acordo com a Polícia Civil, eram mantidos 78 animais em situação degradante, sem água ou comida.
A mulher presa, cujo nome não foi informado, é suspeita de torturar os animais com choques elétricos, paus e correntes.
A violência foi constatada após profissionais do Centro de Controle de Zoonoses tentarem entrar na Chácara dos Amigos, nessa terça-feira (20/12), mas sem sucesso. Por isso, solicitaram apoio à Delegacia do Meio Ambiente.
“Quando chegaram [policiais] lá, foi constatado que a ONG não é regularizada e a mulher informou que tinham 30 animais sob seus cuidados”, afirmou ao Metrópoles Sérgio Pereira, chefe de investigações da delegacia especializada.
A mulher, acrescentou Pereira, teria tentado barrar a entrada dos agentes. Quando os policiais acessaram o local, constataram que 58 cães e 20 gatos eram mantidos na chácara, em condições insalubres.
“Eles, em sua maioria, estão magros e debilitados. Falando com o caseiro, que trabalha há 30 dias na chácara, ele disse já ter enterrado 15 cães que morreram, inclusive dois ontem [terça-feira]”, disse o investigador-chefe.
A suspeita, disse ainda o policial, teria escondido um cachorro da raça rottweiler em um quarto da casa, por causa do estado deplorável do animal, decorrente de maus-tratos.
O caseiro afirmou ainda à polícia que a responsável pela ONG torturava os animais com paus, correntes, mangueiras de borracha e até com choques elétricos. Os objetos supostamente usados para a violência são procurados pela polícia.
“Tanto o caseiro como a própria filha da mulher, de 15 anos, se prontificaram em testemunhar sobre o que ela fazia com os cachorros”, acrescentou Pereira.
A mulher foi presa em flagrante sob a suspeita de maus-tratos e tortura.
Uma lei, sancionada em 2020, alterou o crime de maus-tratos contra animais, aumentando suas penas para até cinco anos de prisão, além de tornar este tipo de crime inafiançável.
Até a publicação deste texto, o caso ainda estava em andamento.
Fonte: Metrópoles